Quinta-feira, 10 de julho de 2014 - 20h15
Vladimir Platonow
Agência Brasil
O atacante da seleção brasileira Neymar revelou hoje (10) por quem estará torcendo na final da Copa, no próximo domingo (13), e não será pela Alemanha. “O merecimento de Alemanha e Argentina, por terem chegado à final, vem sendo muito grande. Desejo sorte às duas equipes. Espero que vençam os meus companheiros [de Barcelona], o Messi e o Mascherano. Espero que, para o futebol, pela história que o Messi tem, de ter conquistado muita coisa, quase tudo em sua carreira, ele merece ser campeão. Estou torcendo por ele. É um amigo, um companheiro, e desejo muita sorte”, disse Neymar, durante coletiva de imprensa na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Usando boné com as iniciais de seu nome, aparentando tranquilidade, Neymar reconheceu o fracasso da seleção, mas ainda assim elogiou os seus colegas de equipe: “Fomos fracassados, sim. Perdemos, mas faz parte do futebol, perder ou ganhar. Não queríamos perder dessa forma. Pelo menos eles correram, buscaram até o final. Estavam perdendo de 6 x 0, de 7 x 0, não pararam de correr, não avacalharam, correram como homens, se dedicaram até o final. Eu sinto orgulho de cada um. Eu admiro cada um deles”.
Apesar de se dizer envergonhado pela derrota histórica contra os alemães, disse que não sente vergonha de ter feito parte do time que sofreu a maior goleada na história da seleção brasileira. “Depois dessa derrota que a gente tomou, a gente se sente humilhado, se sente envergonhado. A gente não queria isso. Ninguém precisa falar para a gente ´vocês são a vergonha do Brasil´. Eu não tenho vergonha de ser brasileiro. Não tenho a mínima vergonha de dizer que eu fiz parte dessa equipe que perdeu de 7 x 1”, acrescentou.
O jogador se emocionou e chorou ao comentar os momentos de sua contusão, mas disse que perdoava o colombiano Zúñiga pela entrada violenta. “Foi um lance que eu não concordo, não aceito. Não vou falar que foi desleal, porque eu não estou na cabeça dele para saber disso. Mas da forma que ele veio, não é situação de jogo. Foi um lance que eu não tinha como me proteger, e acabei me machucando. Se fosse dois centímetros para dentro, eu hoje poderia estar em cadeira de rodas”, disse ele.
Neymar reconheceu que ele e o time ficarão marcados para sempre pelo vexame, mas disse que é hora de superar tudo e se preparar para a partida contra a Holanda, pelo terceiro lugar, no sábado (12).
“Hoje eu faço parte de uma seleção que vai fazer história. Infelizmente, vamos ficar marcados por uma goleada, que é um pouco de injustiça, se ficarmos marcados por isso, como aconteceu em 1950 com o [goleiro] Barbosa. A gente tem que dar a volta por cima, temos que voltar a sorrir, não podemos ficar de cara feia, não podemos ficar chorando todos os dias. Já passou. Já sofremos e já choramos o que tínhamos que chorar. Agora é voltar a sorrir novamente, voltar a treinar e entrar sábado em campo para vencer a partida para os nossos torcedores e as nossas famílias”, arrematou.
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