A Suíça foi a primeira de todas as equipes que passarão por Brasília nesta Copa do Mundo FIFA 2014 a fazer o reconhecimento do gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O time entrou em campo pouco depois do meio-dia para um trabalho que foi aberto à imprensa apenas nos primeiros 15 minutos, período dedicado somente a alongamentos, alguns bate-bola e corridas pelo campo. Antes de pisar pela primeira vez no palco da partida deste domingo (15.06), contra o Equador, às 13h, o técnico Ottmar Hitzfeld, o meia e capitão Gokhan Inler e o também meia Valon Behrami participaram da entrevista coletiva.
alogios à arena da capital e ansiedade para o jogo contra o Equador
Hitzfeld admitiu que a estreia em uma Copa do Mundo é mesmo diferente das demais partidas e que está um pouco ansioso para que seus comandados possam finalmente medir forças com o Equador na capital. “Acho que isso (nervosismo antes da estreia) é normal. No primeiro jogo sempre ficamos mais nervosos. Há mais tensão e expectativa, mas também temos experiência para lidar com isso”, declarou o treinador, que ao ser perguntado sobre qual era seu sonho para o Mundial do Brasil mostrou humildade. “Vir ao Brasil e participar desta Copa do Mundo já é um sonho que se tornou realidade. Mas o meu sonho pessoal é chegar às oitavas de final”, revelou. Nos Mundiais de 2010, na África do Sul, e de 2006, na Alemanha, os suíços foram eliminados ainda na fase de grupos.
Às 14h30 foi a vez do Equador fazer seu reconhecimento do estádio Mané Garrincha. O treino da seleção do técnico Reinaldo Rueda, assim como ocorreu com a Suíça, pôde ser acompanhado pela imprensa apenas nos primeiros 15 minutos e os trabalhos que os jornalistas puderam ver foram exatamente os mesmos que os dos rivais, dedicados apenas a exercícios de aquecimento. Ao fim do treinamento, Rueda e o zagueiro Frickson Erazo, jogador do Flamengo, participaram da entrevista coletiva.
Indagado pelo Portal da Copa se havia gostado do estádio e da condição do gramado na capital, o treinador do Equador brincou: “O estádio e a grama é tudo muito feio, muito maluco”, disse às gargalhadas. “É tudo espetacular! Somos privilegiados por estar aqui na capital do Brasil em um cenário tão bonito, tão lindo. A grama é espetacular e tomara que tenhamos um bom dia amanhã (15.06) e um bom jogo”, declarou.
Desde que chegou à capital, a equipe equatoriana tem recebido muito carinho por parte dos torcedores, que compareceram às dezenas ao hotel na sexta-feira (13.06) e também ao treino que o time realizou no CT dos Bombeiros. Rueda agradeceu o apoio e disse que isso será crucial para seu time. “É importante. Essa paixão dos equatorianos é muito nobre, os torcedores acompanham sempre a seleção e isso é muito positivo para o grupo sentir esse apoio.”
Sobre a equipe da Suíça, Reinaldo Rueda lembrou que é um time experiente, que tem mais da metade dos 23 jogadores atuando na Liga Alemã, e disse que o Equador vai tentar explorar os contra ataques para sair com a vitória neste domingo.
Já para Frickson Erazo, jogar no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha não será novidade. “Eu tive a oportunidade de vir aqui com o Flamengo quando a gente enfrentou o Goiás e é um campo bom e um estádio muito lindo. Acho que amanhã vamos fazer uma boa partida, não só a gente, mas eles também, que têm um bom jogo aéreo, e temos que ficar concentrados para isso”.
Erazo declarou que espera receber o apoio dos brasileiros na estreia do Equador na Copa do Mundo. “Eu sei que eles vão nos apoiar, sim. É a América Latina e vamos jogar em casa praticamente, apesar de estarmos no Brasil. Estou seguro de que os brasileiros virão e vão torcer pela gente.”
Em memória de Christian Benítez
No ano passado, o Equador e particularmente os jogadores da seleção equatoriana viveram um momento de profunda tristeza com a morte do atacante Christian Benítez. O jogador, apelidado de “Chucho”, era um dos destaques da seleção e morreu no dia 29 de julho no dia seguinte após estrear pelo seu novo time, o Al Jaish, com vitória por 2 x 0 sobre o Qatar Sports Club, pela Sheikh Jassem Cup, do Catar. Após o jogo, ele se queixou de fortes dores abdominais e foi levado ao hospital, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Ele tinha apenas 27 anos.
Durante a coletiva, tanto o técnico Reinaldo Rueda quanto Frickson Erazo lembraram do companheiro e prometeram lutar para honrar sua memória em campo. “Foi uma partida inesperada e o nosso processo de assimilação vem acontecendo”, declarou o treinador. “Estamos apoiando um ao outro durante esse processo”, continuou Rueda.
Boa sorte para Behrami
Se para todo o elenco da Suíça a expectativa é alta para a estreia na Copa do Mundo do Brasil contra o Equador, para um jogador em especial esse sentimento ganha uma dimensão ainda maior. Afinal, Valon Behrami, até aqui, não tem dado muita sorte em Mundiais.
Em 2006, na Alemanha, o meia partiu para sua primeira Copa. Machucado, ele não atuou nos dois primeiros confrontos da Suíça e entrou em campo apenas nos últimos minutos do terceiro e derradeiro jogo da equipe, contra a Coreia do Sul. Como os suíços não passaram da fase de grupos, sua participação no torneio foi, portanto, curtíssima.
Em 2010, na África do Sul, uma contusão impediu Behrami de atuar na vitória por 1 x 0 de sua equipe contra a Espanha. O meia foi escalado para o jogo seguinte, contra o Chile, mas acabou expulso aos 30 minutos do primeiro tempo e a Copa terminou ali para ele, já que Behrami ficou suspenso da partida contra Honduras e a Suíça novamente não se classificou para as oitavas de final.
Na coletiva, Behrami sorriu ao ser lembrado de todos os problemas nos dois últimos Mundiais e disse que espera finalmente começar e terminar um jogo no Brasil. Em conversa ao Portal da Copa, o meia deu mais detalhes sobre como a expulsão no jogo contra o Chile, em 2010, impactou sua vida e disse o que mudou desde então.
“Quando acontece algo negativo como vivi na última Copa é sempre uma oportunidade para aprender alguma coisa. Eu mudei o meu estilo, mudei meu jogo, e estou mais calmo agora e não deixo os outros jogadores me provocarem em campo ou fora dele. Acho que aquele momento (contra o Chile) mudou um pouco as coisas na minha carreira”, avaliou.
Sobre a Copa no Brasil, ele disse que espera que este Mundial possa lhe trazer mais sorte do que na Alemanha ou na África do Sul. “Eu amo a atmosfera daqui e amo estar aqui no país do futebol. É algo incrível para mim. Estou bem tranquilo e muito animado para jogar amanhã (15.06)”, declarou Behrami, que não poupou elogios ao Estádio Mané Garrincha. “O estádio é espetacular. A organização tem sido maravilhosa e tudo tem sido muito especial. Esse estádio é muito bonito e todos nós estamos empolgados para jogar aqui amanhã”.
Behrami também falou sobre como a Suíça deve lidar com o nervosismo gerado pela estreia na Copa do Mundo. “O time vai estar nervoso. Para muitos jogadores é a primeira Copa e os mais experientes vão precisar acalmar os outros para não deixá-los ainda mais nervosos. O melhor jeito de encarar esse jogo e se preparar para ele é tentar não ficar muito nervoso”, aconselhou.