Domingo, 22 de junho de 2014 - 16h11
Daniel Mello
Agência Brasil
Acampados em um clube às margens da Represa Guarapiranga, zona sul paulistana, os torcedores holandeses se preparam para a partida contra o Chile, amanhã (23). O confronto será às 13h, na Arena Corinthians (Itaquerão). A vitória holandesa é dada como certa pela maioria dos cerca de 500 campistas concentrados no Orange Camping.
Responsável por receber a imprensa que visita o local, Wouter van Straaten aposta em uma vitória de 3 a 0 contra os chilenos. “Depois disso eu espero que não joguemos contra o Brasil, porque seria um jogo muito difícil. Mas, se não enfrentarmos o Brasil, acredito que chegaremos à final”, opinou. A avaliação é predominante no quartel-general da torcida laranja. A cor tradicional da seleção holandesa pode ser vista não só nas camisetas do grupo, mas em toda a decoração do clube, que teve até a recepção pintada para receber o grupo que tradicionalmente acompanha o time de futebol.
A partir de São Paulo foram organizadas excursões para ver os jogos em Salvador e Porto Alegre, onde foram celebradas as vitórias contra a Austrália e a Espanha. A última em uma goleada de 5x1. “A Holanda está com um time muito forte neste ano. Acho que vamos ganhar”, comenta Anne de Blécourt. O estudante atravessou a América para chegar ao acampamento.
Blécourt conta que o carro alaranjado que dirige foi enviado de navio até Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde começou a viagem até o Brasil. Em um grupo com 18 carros e 11 motos, ele veio em uma mercedes, fabricada em 1966, até São Paulo. “É muito bom fazer uma viagem tão longa, ver tantos países de uma vez, conhecer tantas pessoas, ver tantas coisas incríveis: natureza, templos maias e incas. É incrível ver o mundo passando pela janela”.
Apesar dos diversos trajetos feitos pelos holandeses, todos se sentem um pouco frustrados com o clima dos últimos dias. “Só o clima não é como eu esperava. Eu pensei que todos os dias a temperatura estaria em torno dos 20 graus [celsius]. Mas fez frio nos últimos dias. Hoje está um pouco melhor”, diz Latte Borganjer, que antes de chegar a São Paulo esteve no Peru, na Colômbia e na Bolívia. Fora o frio, ela se diz satisfeita com a cidade. “As pessoas são legais. Os taxis são bons. Os trens e metrôs funcionam bem”, avaliou.
Herrold Steffers também teve uma boa impressão da cidade. “Na Holanda nos alertaram muito sobre assaltos. Mas nós não temos nenhuma queixa quanto a isso. Todas as pessoas são muito legais e amáveis, e nós encontramos muitas pessoas de vários países que vieram para o Mundial”, relata o gerente de exportações, que chegou a presenciar pequenos protestos contra os gastos públicos com a Copa quando esteve no Rio de Janeiro. “Eu consigo entender porque essas pessoas estão reclamando. Porque é muito triste você ver prédios imensos, todos envidraçados, que custam muito dinheiro, e ao lado desses prédios as favelas”, explicou.
O único problema apontado por Herrold e seus amigos Teo e Rers é a comunicação com os brasileiros. “Poucas pessoas falam inglês, e nós não conseguimos falar português. Então, é difícil para nós”, reclama Herrold, que veio com seus companheiros de Ederveen, uma cidade com apenas 6 mil habitantes. Mesmo assim, ele está gostando do Brasil. “Todo mundo quer tirar uma foto com você, isso é muito legal”, conta. Apesar de elogiar a simpatia, ele torce por uma vitória contra os brasileiros na final. “Nas finais, com certeza vamos enfrentar o Brasil. E vamos vencer também”, prevê.
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