Segunda-feira, 16 de novembro de 2020 - 09h13
A tecnologia do árbitro de vídeo (VAR) ainda divide opiniões
entre os torcedores no Brasil. A arbitragem de vídeo tupiniquim anda sofrendo
principalmente com a demora na tomada de decisões, e está em busca do
equilíbrio entre encontrar a decisão correta e o tempo perdido para colocá-la
em prática. Recentemente, encerrou-se o primeiro turno do Campeonato
Brasileiro, e algumas estatísticas apontam o momento que a arbitragem nacional
vem passando.
Se comparado ao mesmo período do
Brasileirão de 2019, este ano ocorreu um aumento de 40% nas pausas pelo VAR (em
2019 foram 345 contra 462 neste ano) - porém, o tempo para a tomada de decisão
foi reduzido em 24% (de 1m45s para 1min25s, a média atual).
Médias de tempo de decisão e checagem
Neste ano, a arbitragem de vídeo
esteve mais presente nas decisões dentro das quatro linhas. Ao longo das 182
partidas disputadas no Brasileirão, em 163 ocorreu alguma pausa do jogo para
utilização do VAR, totalizando 89,5% dos jogos. Essa é uma prova cabal de que
os lances polêmicos estão ocorrendo em excesso, e que precisam do uso da
tecnologia para se chegar a decisão correta. Felizmente, o VAR está sendo
utilizado com sucesso para garantir a justiça nos resultados das partidas.
Porém, mesmo com o uso bem-sucedido da tecnologia, a torcida ainda não pode
entrar nos estádios para curtir as partidas ao vivo, e por isso, os fãs vêm
adotando outras medidas para demonstrar o amor por sua equipe de coração - além
de estarem cada vez mais ativos nas redes sociais, estão também apostando com a Sportingbet no seu celular
e assistindo a todos os jogos do conforto de suas casas.
Em média, o tempo de checagem de
lances duvidosos reduziu em 20 segundos de 2020 para 2019 - e essa é uma ótima
notícia para o futebol nacional. Esses valores sofreram interferência principalmente
do menor tempo que vem sendo perdido em jogadas que estão relacionadas a
mudança de decisão final através do árbitro de vídeo. No ano passado, em média
eram gastos 2min39s, já este ano, quando o juiz precisou de auxílio e mudou de
ideia, o tempo caiu para 2min16s em média. Mas o número de mudanças de decisão
permaneceram quase inalterados - em 2019 foram 96 enquanto em 2020 foram 92. Ou
seja, basicamente uma mudança de decisão a cada duas partidas em média.
Videoárbitros e as pausas
Ao total foram escalados 31 árbitros
de vídeo pela CBF para as partidas do Campeonato Brasileiro, sendo que José
Cláudio Rocha Filho e Igor Junio Benevenuto foram os que mais participaram da
função - Benevenuto participou de 14 confrontos, mas não está entre os top 10
videoárbitros que mais chamam o juiz para analisar um lance. Já José Cláudio
esteve em 40 jogos, e ocupa a 8ª colocação dos que mais “interferem” na
arbitragem, com uma média de paralisação de 2,9 por jogo.
Mas quem lidera lista é o potiguar
Caio Max Augusto Vieira, que ficou na cabine em 7 ocasiões e interrompeu as
partidas 27 vezes para utilizar a tecnologia - uma média de 3,9 por jogo. Logo atrás dele vem Rafael Traci, com a
segunda maior média de pausas, 3,6 por jogo. Inclusive, Traci esteve associado
a uma polêmica no confronto entre Atlético-MG e São Paulo, onde ele anulou um gol da equipe
paulista - segundo o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo
Gaciba, a anulação do gol foi equivocada e ocasionada por erro no uso da
tecnologia.
Já em relação aos juízes de campo, em
números absolutos, o que mais utilizou a ferramenta foi o experiente Wagner do
Nascimento Magalhães - escalado em 7 jogos, os interrompeu em 34 ocasiões, uma
média de 4,9 por cada partida .
Curiosidades
No primeiro turno desta edição do
Brasileirão aconteceram alguns fatos inusitados com o VAR, e um deles foi no
confronto entre Athletico-PR x Goiás. Nele, a partida ficou
paralisada por nada mais na menos que 7min25s. No lance em questão, ocorreu uma
revisão de um possível cartão vermelho por agressão a Daniel Bessa - porém,
após a intervenção, o árbitro aplicou somente o cartão amarelo.
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