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BOLÍVIA: Malária com usinas no Madeira é


O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse que a hipótese de risco à saúde por conta da malária, com a construção de barragens no Rio Madeira, é “um falso problema”, apesar de afirmar que não sabe se o número de casos na região vai ou não aumentar. Ele também disse que, caso necessário, o Brasil ajudará numa campanha de erradicação da doença na Bolívia.
“Essa coisa dos mosquitos é um falso problema”, comentou Amorim, que ontem (23) se encontrou no ministério com o chanceler boliviano, David Choquehuanca, para discutir o tema das usinas. “O Brasil colabora com a Bolívia em tanta coisa. Não sei se vão aumentar ou não os casos de malária, agora se trabalhar para erradicar a malária... Nós damos vacina de graça para febre aftosa lá sem que tenha havido problemas do lados deles.”
“Não tem vacina [contra malária], mas tem campanha de erradicação, que pode ser eficiente, e o Brasil estará sempre pronto para cooperar”, completou. Ele falou a jornalistas em entrevista coletiva sobre a 3ª Reunião Ministerial do Foro de Cooperação América Latina-Ásia do Leste (Focalal).
“Tivemos uma reunião técnica na qual demos todas as informações que tínhamos e a garantia de que, segundo a nossa visão, não haverá nenhum impacto em território boliviano”, disse. O ministro afirmou que o Brasil está à disposição da Bolívia para esclarecer eventuais dúvidas sobre a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau. Porém, comentou que o país andino, onde nasce o Rio Madeira, tem o direito de estudar os possíveis danos ambientais.
Na última quarta-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores havia informado que a reunião entre os dois chanceleres não deveria abordar a construção das usinas. Um dia antes, a Agencia Boliviana de Información (ABI) noticiara que os dois ministros tratariam do assunto.
Em junho, o coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Malária, José Lázaro de Brito Ladislau, disse que o risco de expansão da doença na região das usinas é preocupante, mas que se houver um trabalho forte de prevenção em Rondônia é possível conter o avanço e até levar o problema a níveis inferiores aos atuais. Ele informou que o governo Ministério da Saúde já formou um grupo de especialistas para fazer um estudar a situação e pensar em medidas.
Fonte: Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

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