BOLÍVIA QUER ACORDO COM BRASIL SOBRE CONSTRUÇÃO USINAS DO RIO MADEIRA

A Bolívia buscará um acordo com o Brasil para avaliar juntos os efeitos econômicos, sociais e ambientais da construção na fronteira comum das usinas do complexo hidrelétrico do rio Madeira, afirmou nesta terça-feira o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas.

Ele disse que esse foi um dos temas discutidos hoje em um seminário sobre as políticas nacionais de energia e meio ambiente, do qual participou o presidente boliviano, Evo Morales, e que foi realizado nos arredores da cidade de La Paz.

Em dezembro e maio, o Brasil concedeu a empresas privadas a construção das represas Santo Antônio e Jirau, que fazem parte do complexo hidrelétrico do rio Madeira.

As duas represas, denunciaram várias organizações do meio ambiente da Bolívia e o próprio governo de Evo Morales, terão conseqüências negativas ao meio ambiente e à população do Departamento (Estado) de Pando, fronteira com o Brasil.

Villegas lembrou que há meses seu país faz gestões com o Brasil para que se considerem todos os efeitos do projeto no lado boliviano da fronteira.

Ele ressaltou que essa política se mantém e que a Bolívia insistirá em "uma análise binacional dos efeitos econômicos, sociais e ambientais", e que a Chancelaria buscará um acordo com o Brasil.

No seminário, o governo boliviano avaliou a necessidade de dar prioridade aos projetos hidrelétricos dentro do país, prévio estudo das conseqüências também sociais e ambientais que podem ter nas regiões onde ficarão as usinas.

Além disso, disse que a política nacional enfatizará também os projetos geotérmicos, eólicos e solares para reduzir "a importância" na geração de energia por termoelétricas e diminuir as emissões de dióxido de carbono.

Folha de São Paulo - Efe, em La Paz