Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Hidrelétricas do Madeira

Brasil - Contra a Venda do Rio Madeira


Adital - Nós, camponeses e camponesas de todas as regiões do Brasil, representantes dos diversos Movimentos e organizações que compõem a Via Campesina Brasil, reunidos em Goiânia, nos dias 26 a 30 de novembro em uma grande Planária Nacional da Via Campesina Brasileira vimos através desta carta nos manifestar a respeito das obras previstas para o Complexo do Rio Madeira, no Estado de Rondônia- Brasil, divisa com a Bolívia. 

1- Denunciamos que este plano, denominado de Complexo do Rio Madeira, é parte dos grandes projetos previstos pelas grandes empresas multinacionais interessadas em se apropriarem dos recursos naturais, energéticos e financeiros de nosso país.

2- Denunciamos que, historicamente, este tipo de projeto tem servido apenas para acumulação de riquezas nas mãos de grandes empresas nacionais e multinacionais as quais não possuem nenhum compromisso com o povo brasileiro. Pelo contrário, o que se observa nestas regiões, é uma brutal destruição da natureza e o aumento da pobreza, especialmente sobre as populações locais, bem como, dos trabalhadores que depois das obras feitas são relegados à própria sorte.

3- Denunciamos que a energia elétrica produzida através das barragens é de baixo custo, no entanto, é vendida a população por um alto preço e oito vezes mais cara do que para as grandes empresas consumidoras, gerando altíssimas taxas de lucro aos "donos". No caso da barragem de Santo Antonio e Jirau o faturamento na geração e distribuição ultrapassará 1 milhão de reais por hora. Estes lucros não se revertem em ações que melhorem a vida da população, fato que reforça a convicção de sermos contra a todo e qualquer tipo de privatização.

4- Denunciamos que o discurso de progresso e desenvolvimento é falso e nunca chega para quem mais precisa. Lembramos a barragem de Tucuruí, onde após 20 anos da sua construção, milhares de famílias continuam excluídas, sem terra, sem trabalho, sem casa e sem acesso a energia elétrica.

5- Denunciamos que as práticas de repressão e intimidação contra quem se opõe a este estado de coisas é sempre forma usada para garantir a execução das referidas obras.

6- Denunciamos que quem vai acabar pagando a conta será o povo brasileiro, através do financiamento via BNDES e ou através das altas tarifas de energia elétrica,que hoje representam uma espécie de rapina sobre a população.

7- Com os mesmos interesses e prática, as grandes empresas agem em muitos outros locais, inclusive em terras indígenas como ocorre na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, estado de Roraima onde está sendo construída a barragem Cachoeira Tamanduá. Esta barragem atinge 37 comunidades indígenas.

8- Por fim, denunciamos que o leilão previsto pela Agencia Nacional de Energia Elétrica-ANEEL, para o dia 10 de dezembro, na verdade representará a privatização de parte da Amazônia.

Frente a isto, nós da Via Campesina Brasil reforçamos nossa disposição de luta contra a venda do Rio Madeira.

Conclamamos o povo brasileiro e boliviano, as organizações sociais, entidades, representantes e todas as pessoas a se incorporar e somar junto nesta luta e em defesa da Amazônia, buscando construir soluções que de fato possam resolver e melhorar a vida do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras deste país.

Água e Energia não são mercadorias!

Goiânia, 30 de novembro de 2007.

Fonte: Adital  - * Via Campesina

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

A população de Porto Velho pode comemorar o início das obras que fazem parte do importante projeto de revitalização do complexo da Estrada de Ferro

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Porto Velho, março de 2016.Dia 30 de março marca os quatro anos desde o início de geração da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em

Estudantes de engenharia elétrica do acre visitam Jirau

O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Jirau foi cenário de estudo dos estudantes do primeiro período do curso de Engenharia Elétrica da Universida

Governo faz mega desapropriação em Belo Monte

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou na última terça-feira (3) a última desapropriação de terras para a construção da

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)