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Hidrelétricas do Madeira

Custo de usina no Rio Madeira pode ser até 20% menor...


Sabrina Craide - Agência Brasil
Brasília - A usina hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, pode custar até R$ 2,3 bilhões a menos do que o previsto originalmente. A afirmação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
Segundo ele, os estudos de viabilidade técnica e econômica, realizados pelo consórcio entre as empresas Furnas e Odebrecht, apontam um custo de R$ 11,8 bilhões, enquanto análises da EPE calculam a obra em R$ 9,5 bilhões.
Em entrevista coletiva, Tolmasquim disse que a redução se deve a pesquisas de preços e novos cálculos de quantidade de material a ser utilizada. Além disso, informou, o estudo original previa a construção de um novo aeroporto em Porto Velho, o que foi considerado desnecessário pela EPE. Os custos da hidrelétrica de Jirau, também projetada para o Rio Madeira, ainda não foram definidos.
Do custo total de Santo Antônio, 47,2% deverão ser gastos em equipamentos eletromecânicos, 44,9%, em obras civis, e 7,9% representam custos socioambientais, disse o presidente da EPE. Ele lembrou que os valores ainda podem ser alterados porque os estudos ainda não estão concluídos, e acrescentou que o valor da compensação ambiental, ainda não definido, também pode alterar o custo final da obra.
De acordo com Maurício Tolmasquim, o interesse das empresas pode ter influenciado nos valores apontados anteriormente. "O estudo foi feito por empresas que querem construir o empreendimento e não têm interesse em que o custo seja o menor possível. Por conta disso, foi feita uma análise criteriosa pela EPE para ver todas as possibilidades de redução de custos, para que o consumidor tenha a menor tarifa possível", assegurou.
O edital para o leilão ainda está em definição. Segundo Tolmasquim, a idéia é que, se houver a participação de empresas estatais, o empreendedor privado seja majoritário. Ele lembrou também que está sendo estudada a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do BNDES-Par, possa vir a se tornar sócio da empresa privada que vencer o leilão.
As regras da disputa seguem indefinidas por causa de um acordo firmado entre as empresas Odebrecht (privada) e Furnas (estatal) para entrar no leilão. As duas patrocinaram os estudos de viabilidade do empreendimento. Segundo Tolmasquim, caso esse acordo não possa ser modificado, o consócio irá participar do leilão e serão estudados estímulos para que outros outros empreendedores privados compitam em condição de igualdade.
A tarifa energética das usinas também está sendo analisada, segundo Tolmasquim. Mas ele garantiu que os preços serão competitivos. "Essas usinas trarão uma energia interessante para o Brasil a partir de 2012, a preços bastante atrativos para o consumidor brasileiro", afirmou.
Maurício Tolmasquim descartou risco de apagão para os próximos anos. Segundo ele, essa segurança se deve ao fato de já haver leilões previstos para contratar energia para 2010 e 2011 e investidores assinando contratos com grandes consumidores para construir usinas específicas para esses mercados.
Além disso, segundo o presidente da EPE, está em estudo um procedimento que permite acionar as usinas termelétricas com antecedência, quando se detectar redução do nível das hidrelétricas. Tolmasquim ressaltou também que uma das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê a contratação de energia de reserva. 
 

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