Custo do sistema híbrido para a transmissão do Madeira é 26% superior ao corrente contínua

Brasil Energia - Rodrigo Polito

O sistema híbrido de transmissão - composto por corrente alternada e corrente contínua - tem custo estimado 26% superior ao da linha unicamente em corrente contínua, de acordo com projeções da EPE. As duas alternativas serão incluídas no leilão da mega linha, que fará o escoamento da energia do complexo do Rio Madeira para Araraquara (SP).

Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, mesmo considerando apenas o custo de investimento, o sistema híbrido ainda é 21,8% mais caro. A alternativa de linha exclusivamente em corrente alternada - mais comum no sistema elétrico brasileiro - teria custo 35,1% maior levando em consideração só o investimento e custo total 29,5% superior à linha em corrente contínua. Mas essa alternativa não será disponibilizada no leilão, por conta das perdas que provoca.

"Vamos incluir o sistema híbrido e o de corrente contínua no leilão. Hoje há poucos fabricantes de equipamentos para linhas em corrente contínua e existem muito players para linhas em corrente alternada", afirma Tolmasquim.

O presidente da EPE também rebate às críticas com relação à alternativa em corrente contínua, que não incluiria subestações no meio do trajeto e, assim, não contemplaria regiões menos desenvolvidas do Norte e do Centro-Oeste. "Já existe um sistema paralelo em corrente alternada na região, cujo atendimento já está garantido pelos próximos 15 anos".

Previsto para ter 2.450 km de extensão, o linhão Madeira - Porto Velho - Araraquara deve ser licitado ainda este ano. O investimento previsto na obra, que cruzará cinco estados brasileiros, é da ordem de R$ 3,6 bilhões.