ENERGIA: Integração Rondônia e Acre ao SIN entra em operação em maio de 2009

ONS se prepara para receber integração de Acre e Rondônia ao SIN - Linha entra em operação em maio de 2009, com sete meses de atraso. Confiabilidade do sistema não será completa devido a disputa sobre ICMS

Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, de Brasília, OeM
 

O início da integração do Sistema Isolado ao Sistema Interligado Nacional começa no ano que vem com a chegada da energia por meio da transmissão que ligará Acre e Rondônia. A interconexão dos estados ao SIN será feita pela linha Jauru-Vilhena-Samuel e a previsão é que o empreendimento comece a operar em maio de 2009. A chegada desse novo empreendimento já mobiliza a equipe do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O ONS já contratou mais um técnico, em treinamento atualmente, para o Centro de Operação Regional do Norte e Centro-Oeste, que supervisionará o funcionamento da linha. Contudo, o projeto ainda não vai operar do modo desejável, em nível de confiabilidade, pelo ONS, segundo Braz Campanholo Filho, o gerente-executivo do COR-NCO e do Centro Nacional de Operação do Sistema.

O empreendimento está no meio de uma disputa por recursos do ICMS da geração térmica a óleo diesel, engajada pelo governo de Rondônia. O estado é responsável pelo licenciamento do trecho Vilhena-Pimenta Bueno-Samuel. O restante da linha foi licenciado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente de Recursos Naturais e Renováveis.

De acordo com Campanholo, será usada um circuito com o mesmo trajeto para interconectar a linha. O circuito, a ser construído, seria um reforço para dar maior confiabilidade ao sistema e desativar por completo das térmicas a diesel sustentadas pela Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis. "As térmicas não poderão ser desligadas totalmente", salientou.

A disputa atrasou a entrada do empreendimento, que já deveria estar operando desde o último mês de outubro. A integração do Isol ao SIN ganhará maior impulso com a linha Tucuruí-Manaus-Macapá, licitada este ano e com previsão de operação a partir de 2012. Com isso, 99% do mercado de energia nacional estará integrado.

"Algumas das 300 comunidades isoladas continuaram assim porque estão muito distantes dos grandes centros. A prioridade são as capitais estaduais", explicou Mario Daher, gerente de Planejamento da Operação Estratégica do ONS. Com a expansão do sistema para a Amazônia o centro de operação da região Norte vai ganhar maior importância, já que será o responsável pelo linhão do Rio Madeira.