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Hidrelétricas do Madeira

Energia Sustentável realiza treinamento sobre o ciclo de mercúrio no rio Madeira



Não há evidencias de contaminação do sedimento por mercúrio proveniente do garimpo segundo estudo feito por pesquisadores de Jirau

 
Consultores da Energia Sustentável do Brasil, concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau, responsáveis por estudos de análise do mercúrio no rio Madeira realizam, nesta segunda-feira, 27, um treinamento com a equipe de engenharia e de meio ambiente e trabalhadores envolvidos diretamente nas atividades de escavação.

O pesquisador, que está à frente dos estudos de análise de mercúrio desde outubro de 2008, destaca que o objetivo do treinamento é esclarecer os trabalhadores sobre as especulações envolvendo o processo de contaminação pela “lama contamina” do fundo da ensecadeira, fato que destacou como sem fundamento para a contaminação direta dos colaboradores. “Não existe evidências de risco de contaminação direta aos colaboradores, por isso nos preocupamos em esclarecer a todos das atividades de monitoramento e controle que estão sendo desenvolvidas na Usina Jirau, o mais rápido possível”, afirmou o consultor Dr. Luiz Fabrício Zara, coordenador dos trabalhos. 

Durante o treinamento, serão abordadas as principais formas químicas do mercúrio, a identificação de fração de mercúrio metálico no ambiente e os níveis que causam risco a saúde humana, além de explicada a importância da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) caso seja necessário o manuseio de amostras e o adequado tratamento e disposição final de resíduos de mercúrio. Também serão detalhadas as razões para a ausência de risco de contaminação na área de Jirau e explicados pontos dos programas de monitoramento hidrobiogeoquímico do mercúrio na bacia do rio Madeira e o plano de acompanhamento técnico das escavações em áreas com possíveis acúmulos de mercúrio, que serão desenvolvidos pela Energia Sustentável.

“Na ocasião será feita a apresentação dos resultados do primeiro semestre dos estudos, na área de influência direta de Jirau”, informou o pesquisador, detalhando que os estudos buscaram diagnosticar a presença de espécies mercúrio para compreender a dinâmica deste elemento especificamente na área de influencia do empreendimento.

Com o curso, parte do conhecimento obtido nas extensas pesquisas realizadas será repassada aos colaboradores da Energia Sustentável, por meio de tópicos sobre as adequadas técnicas de remoção, tratamento e disposição final de mercúrio, além de conhecimentos específicos associados ao ciclo do mercúrio na Amazônia. A idéia é formar multiplicadores dessas informações também na comunidade, de forma desmistificar o assunto. 

Para o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Energia Sustentável, Antonio Luiz Jorge, o curso irá propiciar esclarecimentos sobre os cuidados que têm sido tomados no acompanhamento das escavações em Jirau, em áreas de potencial acúmulo de mercúrio, visando a remoção e disposição adequadas caso seja encontrado sedimento contaminado, de acordo com a legislação ambiental. “Não há evidencias de contaminação do sedimento por mercúrio proveniente do garimpo, segundo as analises de campo realizadas. Por isso é importante esclarecer os trabalhadores e a sociedade sobre os estudos e os procedimentos adotados pela Energia Sustentável, por meio de uma atuação séria e compromissada com a correta gestão dos recursos naturais”, destacou o diretor.

Outra informação importante é que a Energia Sustentável está realizando o contínuo monitoramento dos níveis de mercúrio total nos materiais escavados para verificar os níveis de depósitos de mercúrio remanescentes do intenso garimpo de ouro na região do rio Madeira. 
Mercúrio

Os estudos científicos apontam que aproximadamente 96% do mercúrio existente na região Amazônica é de origem natural e não decorrente do garimpo. Na revisão científica feita recentemente sobre a contaminação por mercúrio na bacia hidrográfica do rio Madeira abrangendo a área da Usina Jirau foram constatados níveis de mercúrio nos diversos compartimentos (água, solos, sedimento) dentro dos limites observados para toda a região Amazônica.  

Segundo estes estudos, a assimilação de mercúrio pela biota (conjunto de seres vivos, flora e fauna, que habitam um determinado ambiente) tem sido constatada principalmente em peixes piscívoros, que são as espécies predadoras. No entanto, a bioacumulação de mercúrio em peixes piscívoros também foi observada na bacia do rio Negro, onde o garimpo com uso de mercúrio foi incipiente. “Independente do garimpo, nesta região haveria o problema com o mercúrio”, adiantou Dr. Zara.

Em tempo, a Energia Sustentável, desde agosto de 2008, conta com uma equipe multidisciplinar de especialistas em mercúrio composta pelo Dr. Luiz Fabrício Zara – Universidade de Brasília/UnB, Dr. Julio Cesar Rocha – Universidade Estadual Paulista/UNESP, Dr. Ademir dos Santos – Universidade Estadual Paulista/UNESP e Dr. Wilson Figueiredo Jardim – Universidade de Campinas/UNICAMP.

Estes especialistas são responsáveis pelo acompanhamento e implementação de programas de monitoramentos amplos e continuados relacionados ao ciclo do mercúrio na bacia do rio Madeira e, em especial, nas áreas de influência direta da Usina Jirau. A metodologia, de abordagem interdisciplinar, adotada pelos consultores busca integrar o conhecimento do sistema ambiental e suas inter-relações com a saúde humana.

Nos monitoramentos realizados até o momento, foram observados “in loco” os parâmetros físico-químicos: pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, temperatura e turbidez utilizando uma sonda especial. Os estudos abrangeram a coletas e analises das espécies de mercúrio em amostras de água, sedimentos de fundo e de espécies chaves de peixes que fazem parte da alimentação da população ribeirinha. As amostras dos peixes foram compradas diretamente dos pescadores da região. 


Garimpo

Um aspecto importante referente ao ciclo do mercúrio na bacia do Rio Madeira diz respeito ao passivo ambiental deixado pela corrida do ouro com o uso indiscriminado de mercúrio metálico usado pelos garimpeiros. Quantidades especulativas de mercúrio foram usadas nestas três últimas décadas, sendo que apenas mais recentemente a recuperação do mercúrio tornou-se mais fiscalizada e efetiva. Em recente revisão científica sobre a contaminação por mercúrio na bacia do rio Madeira, na área de implantação da Usina Jirau, foram constatados níveis de mercúrio dentro dos limites observados para toda a região Amazônica.
 

Usina Jirau

A Usina Hidrelétrica Jirau é uma concessão da Energia Sustentável do Brasil, empresa composta pela Suez Energy, Eletrosul, Chesf e Camargo Correa. A empresa foi criada especialmente para investir na construção de Jirau, uma das maiores obras de geração de energia já realizadas no Brasil.

O empreendimento integra o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e sua construção é de grande importância para o Brasil, sendo um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

A UHE Jirau estará localizada a cerca de 130 quilômetros do centro urbano de Porto Velho e terá capacidade instalada de 3.300 Megawatts (MW), suficiente para abastecer quase 10 milhões de casas.

A usina será construída dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável e da preocupação com o meio ambiente. O projeto é inovador e está alicerçado no objetivo de fornecer energia barata, em menos tempo e com absoluto respeito ao meio ambiente, propiciando o crescimento industrial do país e a melhoria do padrão de vida dos cidadãos.

Fonte: Ascom

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