Terça-feira, 18 de novembro de 2008 - 18h05
Nielmar de Oliveira
Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consumo de energia elétrica será menor, em 2009, por causa dos efeitos da crise financeira internacional sobre o desempenho das indústrias brasileiras. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje que os números da expectativa de consumo elaborados pela EPE foram revistos.
Na estimativa da EPE, que leva em conta uma expansão em torno dos 4% para o PIB de 2009 (Produto Interno Bruto), o consumo de energia continuará a crescer, mas num ritmo menor. Ficará em torno dos 4,8% frente a 2008 e não dos 5,2% - previstos anteriormente.
Tolmasquim deu essa s informações durante congresso organizado pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
Para o principal executivo da EPE, mesmo com a redução da expectativa de aumento da demanda energética para 2009, o consumo ainda ficará acima das estimativas para este ano, de 4%. Percentual que também foi revisto, pois a projeção inicial da EPE era de 4,8%.
Maurício Tolmasquim informou que ainda não se detectou qualquer expectativa de redução do consumo de energia elétrica nos setores residencial e comercial.
O consumo residencial é afetado muito mais pela questão climática e o comercial também ainda não deu para notar alterações. A indústria sim deverá sentir mais os efeitos da crise, principalmente em razão da retração da indústria automobilística, disse.
Sobre o próximo leilão das linhas de transmissão para as usinas hidrelétricas do Rio Madeira promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Maurício Tolmasquim acredita que a competitividade do leilão será mantida por causas das ações Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em liberar recursos para financiar os empreendimentos.
A medida do BNDES foi super-positiva: está dando empréstimos fortes, aumentando o tempo de carência e ainda está financiando os equipamentos importados. Então está fornecendo condições atrativas aos investidores e, por isto, eu acho que vai haver boa competição, disse.
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