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Hidrelétricas do Madeira

Governo vai adiar leilão das linhas do Rio Madeira


  
O leilão das linhas de transmissão das usinas do Rio Madeira vai ser adiado pelo governo federal, ficando para o fim do mês de novembro ou começo de dezembro. Desde o início da crise financeira mundial que algumas empresas interessadas em participar da disputa, principalmente as estrangeiras, pediam esse adiamento. Mas segundo fontes do governo, o motivo para a alteração do cronograma não seria a crise. Essas mesmas fontes, entretanto, não souberam explicar a razão real, mas acreditam que o adiamento possa ser anunciado ainda hoje durante a sessão de assinatura dos contratos fechados em um outro leilão de transmissão realizado em junho deste ano. A solenidade acontece no Ministério de Minas e Energia.   

A notícia do adiamento é péssima para as empresas ligadas ao consórcio Madeira Energia, que arrematou a usina hidrelétrica de Santo Antônio. A sociedade é formada por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Furnas, Cemig e Fundo de Investimento em Participação Amazônia Energia, dos bancos Santander e Banif. O empreendimento teve seu cronograma oficialmente antecipado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e as empresas têm um interesse especial pela negociação da transmissão. Querem garantir de que terão como transmitir a energia que será produzida a partir de maio de 2012.

Uma alta fonte ligada ao consórcio, já levando em consideração a antecipação de Santo Antônio, diz que o cronograma é muito apertado e um adiamento só não seria sentido se o governo mantiver a data de assinatura do contrato para janeiro de 2009. Em evento realizado ontem no Rio de Janeiro, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou à imprensa que se o leilão for adiado será por um período muito curto. “Um mês ou dois meses, se for o caso, não será nenhum problema, porque dá para recuperar na construção. Em média, as obras de transmissão de alta tensão tem ficado prontas com seis meses de antecedência”, disse o executivo.

Foi a primeira vez que alguém do governo aventou em público a possibilidade de adiamento. Em seminário que aconteceu em São Paulo, no início da semana, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que a crise só afetaria o deságio dos preços estabelecidos no leilão, mas não uma alteração no cronograma. O ministro Edison Lobão, ao ser questionado sobre um possível adiamento, disse que essa era uma decisão da Aneel. O diretor geral da agência, Jerson Kelman, afirmou que um adiamento por causa da crise é uma decisão de governo. Fontes do setor lembram que só uma razão técnica faria com que viesse da Aneel a decisão de um adiamento

Independentemente do motivo da alteração, a notícia é boa para as empresas que estavam com dificuldades para encontrar crédito. Para participar do leilão, é preciso aportar garantias que, somando todos os sete lotes, chegariam a R$ 48,64 milhões na opção de corrente contínua e a R$ 57,32 milhões, no projeto híbrido (com corrente contínua e alternada). Se o leilão fosse mantido para ocorrer em 31 de outubro, como previsto inicialmente, as vencedoras teriam 30 dias após a assinatura do contrato, previsto para janeiro, para aportar garantias que chegariam a R$ 573,2 milhões, dez vezes mais que a primeira garantia.

A construtora Odebrecht é uma das poucas que irá participar sozinha da disputa. O interesse da empresa é no lote A, que fica próximo a Porto Velho, em Rondônia. Essa linha já permitiria que a empresa escoasse a energia de Santo Antonio. Dos outros sócios do Madeira Energia, a Cemig também irá participar. A Andrade Gutierrez vai fazer parte de um consórcio formado por Eletronorte, Eletrosul e Abengoa, segundo confirmação da Eletronorte. A italiana Terna Participações disse, por meio de sua assessoria, que vai participar, mas não deu mais detalhes. Nesta semana, a companhia informou à Comissão de Valores Mobiliários que estava dando aval a uma emissão de debêntures a uma empresa subsidiária de transmissão. A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) informou apenas que ainda está avaliando o edital do leilão de transmissão.

(Colaborou Rafael Rosas, do Valor Online do Rio - Fonte: Valor Econômico/Josette Goulart, de São Paulo)

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