HIDRELÉRICA: REUNIÃO COM RIBEIRINHOS

 
REUNIÃO COM RIBEIRINHOS DEFINE PLANOS DE COMPENSAÇÃO

Mais uma rodada de reuniões foi realizada neste domingo com as comunidades de São Domingos e Engenho Velho, na margem esquerda do Rio Madeira, onde será construído o canteiro de obras para apoiar a construção da hidrelétrica Santo Antônio. Na pauta, a questão do reassentamento de 38 famílias das duas localidades, o que representa 63 pessoas.

A reunião foi conduzida pelo gerente de Meio Ambiente da empresa Madeira Energia S.A. – MESA, Ricardo Márcio Martins Alves, que iniciou sua fala explicando o que é a “Mesa”, como será feito o remanejamento das famílias afetadas, quais os critérios adotados para a indenização e respostas aos questionamentos enviados ao empreendedor pelos ribeirinhos através do Plantão Social.

Segundo Ricardo, a Madeira Energia é formada pelas empresas Furnas Centrais Elétricas, Construtora Norberto Odebrecht, Cemig, Construtora Andrade Gutierrez e pelos bancos Santander e Branif. “Após a construção das barragens, a nossa responsabilidade não cessa. Ou seja, terminada a construção não se pode dizer que todo mundo vai embora, pois a concessão é por 35 anos”.

Outro esclarecimento que o gerente da MESA fez foi com relação às condições que os ribeirinhos dispõem atualmente, especialmente aqueles que não serão atingidos pelo empreendimento. “Quem perder água não pode ficar sem água; quem perder energia, não pode ficar sem energia; quem perder acesso, não pode ficar sem acesso”. Sobre o remanejamento, Ricardo Márcio explicou que será a comunidade afetada quem decidirá para onde que ir.

Sobre os critérios para indenizações, foi explicado que não será considerado o estado físico atual das propriedades, “considera-se como se a construção fosse recém construída, nova”. Está sendo feito o cadastro das propriedades, o preço de benfeitorias e o preço da cobertura vegetal – pastos e frutíferas. O preço do terreno será considerado através de pesquisa de mercado, onde são consultados as imobiliárias, os cartórios e pessoas que estão vendendo terrenos, na região e tirado um valor médio.

Para os casos de prop0riedasdes que estão em processo de herança ou espólio, um advogado de Furnas visitará as famílias que estão nestas condições para orientar quanto as indenizações. As vistas foram iniciadas na manhã desta segunda-feira.

PLANTÃO SOCIAL

Como forma de ter um canal aberto constantemente com as comunidades, foi estabelecida a permanência de pessoas da ONG CPPT Cuniã, dois dias por semana em São Domingos e Engenho Velho. Esta semana os dias de plantão são terça e quarta-feira, das 8 às 16 horas. Em São Domingos o plantão funciona no bar do seu Silva (onde foi realizada a reunião, domingo) e no Engenho Velho, no bar do seu Chico Brabo.

A ONG também está encarregada de cadastrar as pessoas que queiram participar de cursos, para que sejam providenciadas as parcerias com entidades que ofereçam treinamento nas habilidades que forem escolhidas.

Também participaram da reunião o encarregado do Departamento de Patrimônio Imobiliário de Furnas, Josias Alves Rodrigues e os diretores da empresa Terra Nova, encarregada de fazer a intermediação entre a MESA e os ribeirinhos, cuidar do reassentamento e do acompanhamento destas famílias na nova área, Gilda Pessoa e André Albuquerque.        

Crédito Foto: Sandra Sanchez                                      
Texto: José Carlos Sá (Reg. Prof. 2682/MG)