Segunda-feira, 3 de dezembro de 2007 - 18h34
Um dos principais empreendimentos hidrelétricos em construção no Brasil, a usina de Foz do Chapecó, transforma a economia de municípios da região Sul. Se ganhar o leilão do rio Madeira, a Camargo Corrêa pretende replicar o mesmo modelo no Norte. A usina, no rio Uruguai entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, terá potência instalada de 855 megawatts (MW) - energia suficiente para abastecer 25% de Santa Catarina.
Formado pelas empresas Camargo Corrêa, CNEC e Alstom, o Consórcio Volta Grande montou numa área de 60 hectares a infra-estrutura necessária para construir a usina de Chapecó - considerada uma das usinas em obras mais modernas do País. Santo Antônio, de 3.150 MW, na região de Porto Velho, será a primeira usina do Complexo Madeira.
"As usinas do Madeira são um enorme desafio, mas perfeitamente à altura de quem já construiu Itaipu e Tucuruí, as duas maiores hidrelétricas do País", afirma o diretor executivo da Amel - empresa do Grupo Camargo Corrêa criada para participar do leilão.
Com investimento de R$ 2,2 bilhões, Foz do Chapecó pertence ao braço de geração do consórcio liderado pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que detém 51%; Furnas com 40% e Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) com 9% do empreendimento.
Foz do Chapecó, considerada uma das mais modernas usinas depois de Itaipu, estará em pleno funcionamento em 2010. Sua energia - que será deslocada para o Sistema Interligado Nacional (SIN) - poderá suprir 25% do estado de Santa Catarina.
Para se ter noção do empreendimento, basta comparar. Serão utilizados para construir Foz do Chapecó 700 mil metros cúbicos de concreto e 32 mil toneladas de aço. Esse material, a ser empregado na barragem de 48 metros de altura, é suficiente para erguer oito estádios iguais ao do Maracanã, no Rio. Já a extensão do reservatório será de 80 quilômetros quadrados.
Por conta da condição atípica do rio Uruguai, a Camargo Corrêa teve que construir dois canteiros de obras. Na margem direita no município catarinense de Águas do Chapecó, ficará a barragem. Na margem esquerda, em Alpestre, será a casa de força, cuja concretagem foi iniciada no último dia 19.
Para suportar 15,6 mil toneladas de equipamentos durante a montagem das quatro unidades geradoras com turbinas tipo Francis, serão utilizados mais 158 mil metros cúbicos de concreto. Os serviços de escavação em rocha devem ser concluídos nos próximos dias com volume previsto de 345 mil m³. A vazão para a geração de energia elétrica é de aproximadamente 490 m³ de água por segundo. Atualmente, cerca de 2.500 homens dividem o trabalho utilizando duas balsas para travessia do rio.
Na região, a movimentação é intensa para que o cronograma contratual seja cumprido no prazo previsto. Quando a obra atingir seu pico máximo, ou seja, junho de 2008, o número de trabalhadores deverá mais que dobrar, passando para cerca de 6 mil. "Na atual etapa as equipes foram divididas em turnos. Os serviços essenciais são ininterruptos e, com isso, estamos cumprindo o prazo", disse o diretor de segurança no trabalho e meio ambiente, Mário Tanaka.
Infra- estrutura moderna
Atendendo exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama), a Camargo Corrêa montou no canteiro uma estrutura semelhante à de um hotel. Na área comunitária estão 24 alojamentos, com oito apartamentos cada um. Cada apartamento acomoda seis pessoas. No pátio interno, há uma agencia bancária, duas salas de cinema e duas de TV (para 80 pessoas), lanchonete, barbearia, salas de jogos, lan-house, lavanderia e telefones. No pátio externo, ficam as quadras de futebol de areia e de salão.
E, há pouco mais de dois meses, foi inaugurada a sala de aula de ensino fundamental. Para a primeira turma, já estão inscritos 137 alunos. O refeitório já serve diariamente cerca de 7 mil refeições. Consome mensalmente 9 toneladas de arroz, 5 toneladas de feijão e outras 7 de carne.
Meio ambiente é prioridade
No canteiro de obras de Foz do Chapecó o meio ambiente foi prioridade. "Dentro do nosso projeto de sustentabilidade consideramos o fato de que alguns municípios da região - como Águas de Chapecó - não dispõem de estação de tratamento de esgoto e de água semelhante à que temos aqui", garante Tanaka. A estação é capaz de tratar 20 mil litros de esgoto por hora.
Já a água captada do rio Uruguai, depois de tratada, serve para abastecer os alojamentos. Uma caldeira aquecida pela queima de cavacos de madeira garante água quente e o funcionamento da lavanderia industrial. O aquecimento dos alojamentos é preciso porque a região no inverno chega normalmente a zero grau.
Ambiente
"Já estamos preparando nosso canteiro de mudas para fazer o reflorestamento da área, assim que terminarmos a obra. Esperamos captar, num futuro próximo, créditos de carbono", explica o diretor da área. Em paralelo ao trabalho de conscientização na área dos canteiros, a equipe de meio ambiente desenvolve atividades sobre o tema com a população e com alunos da rede pública. As crianças aprendem a preservar o ambiente.
Fonte: Gazeta Mercantil - Ivonéte Dainese
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