Início das obras entre março e setembro 2008

SANTO ANTÔNIO: Início das obras deve ser entre março e setembro de 2008 para cronograma ser cumprido. Previsão é de 42 meses para o ínicio da operação comercial das duas primeiras turbinas em agosto de 2012
As obras da hidrelétrica de Santo Antônio (RO-3.164 MW) têm que ser iniciadas entre março e setembro do ano que vem para a entrada em operação das duas primeiras turbinas em agosto de 2012. A informação foi dada pelos técnicos do consórcio Furnas/Odebrecht, responsável pelo estudo de viabilidade do projeto, em reunião realizada nesta sexta-feira, 14 de setembro, na Agência Nacional de Energia Elétrica.
Segundo eles, se as obras forem iniciadas no período chuvoso, novembro/dezembro, ou no período seco de 2009, o cronograma será diferente. A previsão é de 42 meses para o ínicio da operação comercial das duas primeiras turbinas, com a concretagem sendo iniciada no 21º mês das obras. Durante os períodos de estiagem, a estimativa dos técnicos é que mais de 20 das 44 máquinas da usina fiquem paradas.
No próximo dia 30 de setembro, o consórcio entregará as informações atualizadas dos cadastros de famílias que moram nas áreas próximas ao local de obras. De acordo com os técnicos, será necessário a construção de acessos nas duas margens do rio Madeira, sendo que no lado esquerdo haverá um porto.
O consórcio reconheceu que teve dificuldades para conseguir informações sobre a bacia do rio do lado de Bolívia e Peru, mas garantiram que o complexo hidrelétrico, formado ainda pela usina de Jirau (3.326 MW), não afeterá os dois países. Os técnicos, durante a apresentação conduzida pelo diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, tiraram dúvidas dos representantes das outras empresas interessadas nas usinas como Camargo Correa e Suez.
Transmissão - As hidrelétricas serão conectadas através de cinco circuitos, em 500 kV, a uma subestação coletora, que irá transformar a energia para transporte para rede básica, em Porto Velho. A usina de Santo Antônio será conectada por dois circuitos e a de Jirau, com três circuitos devido à distância. Os técnicos do consórcio disseram que o local da subestação ainda não está definido, mas ela deve ficar entre 5 a 10 quilômetros de Santo Antônio.
Segundo Kelman, o edital da concessão da usina de Santo Antônio trará a previsão do custo da tarifa de uso do sistema de transmissão a ser paga nos primeiros 10 anos de operação. "Isso reduz a incerteza para os investidores", disse. A ligação da subestação coletora à rede básica ainda precisa ter a tecnologia definida, se corrente contínua ou corrente alternada, decisão que cabe ao Ministério de Minas e Energia.
A Aneel vai analisar o pleito dos participantes para que seja feito o detalhamento do orçamento de R$ 28 bilhões previsto para as duas usinas. Além disso, a agência vai disponibilizar a correspondência entre o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais sobre os tombamentos na região do site das usinas.
Kelman disse ainda que terá que se resolver a questão dos troncos de árvores flutantes no rio Madeira, que poderá atrapalhar a operação. Uma nova reunião técnica sobre a usina de Santo Antônio está prevista para a próxima quarta-feira, 19 de setembro, segundo o diretor-geral, se houver necessidade de mais esclarecimentos.
Fonte: Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Expansão