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Hidrelétricas do Madeira

Jirau: TCU ratificou decisão por projeto ousado, diz diretor da Camargo Correa


  
Mercado aquecido provoca gargalos com mão-de-obra, equipamentos e insumos, mas expansão do parque fabril pode solucionar questão

Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, de Águas do Chapecó (SC)*

O pronunciamento do Tribunal de Contas da União sobre a regularidade do projeto vencedor da licitação da hidrelétrica de Jirau (RO-3.300 MW) foi a confirmação do que já acreditava o grupo. Esse é o sentimento de Antônio Miguel Marques, diretor da divisão de engenharia e construção do Grupo Camargo Corrêa, um dos acionistas da empresa Energia Sustentável do Brasil, que levou a usina.

“O projeto que apresentamos foi ousado, com tarifa e prazos menores”, explicou o executivo nesta terça-feira, 5 de agosto, após a apresentação das obras da hidrelétrica de Foz do Chapecó (RS/SC-855 MW) tocadas pela construtora. Marques ressaltou que não é desejo da Camargo Corrêa incorrer na judicialização do processo. “Não vamos dar o primeiro tiro, mas se nossos interesses forem prejudicados tomaremos as providências necessárias”, frisou.

A mudança de eixo em nove quilômetros da barragem da usina provocou protesto do consórcio Jirau Energia, liderado por Odebrecht e Furnas. A construtora ameaça contestar as modificações no objeto do leilão na Justiça. Contudo, o TCU afirmou recentemente que as mudanças são previstas no edital, do qual o objeto de venda é a energia da usina e não o projeto em si.

Mercado – A Camargo Corrêa está envolvida na construção de dez usinas hidrelétricas, sendo duas fora do país, na Venezuela e em Moçambique. “São projetos em andamento ou por ter início”, contou Marques, referindo-se à usina Foz do Chapecó, Ceran – complexo de três usinas -, Serra do Facão, Salto Pilão, Jirau e Guri, na Venezuela, além do projeto moçambicano. Eles totalizam 8 mil MW de capacidade instalada.

Além disso, a empresa é sócia de quatro empreendimentos, diretamente, Estreito, Serra do Facão, Jirau e o de Moçambique; e de dois, através da CPFL Energia: Foz do Chapecó e Ceran. “O modelo atual de licitação é um modelo que atraiu investidores. E nos próximos dois anos teremos grandes projetos em licitação: Belo Monte, Parnaíba, São Luiz do Tapajós e Marabá”, citou Marques.

Com a explosão de projetos saindo do papel, o mercado de construção se expandiu fortemente nos últimos anos, o que está provocando gargalos em áreas vitais como de equipamentos, mão-de-obra e insumos. “Se quiser um caminhão agora não tem para comprar”, exemplificou o executivo.

“Agora não é nada que seja insolúvel. O parque instalado está sendo expandido e novas fábricas estão sendo instaladas. Além disso, novos fornecedores estão se instalando no Brasil”, completa Marques. A construtora Camargo Corrêa esteve envolvida, através de obras, estudos ou investimentos, no desenvolvimento de 57 mil MW de capacidade instalada, o que representa 50% do parque brasileiro e 7% do mundial.

Marques comanda uma divisão com faturamento de R$ 3,3 bilhões, com quase 25 mil funcionários no Brasil e no exterior. O Grupo Camargo Corrêa faturou no ano passado R$ 12,4 bilhões e tem 57 mil empregados em 20 países.

* O repórter Alexandre Canazio viajou a Águas de Chapecó a convite da construtora Camargo Corrêa

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