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Hidrelétricas do Madeira

Leilão de Jirau deverá acontecer ainda em maio




O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, afirmou que o leilão da segunda hidrelétrica do rio Madeira, Jirau, deverá acontecer no dia 12 de maio deste ano. Mas fontes do governo avaliam que o pregão também poderá acontecer no dia 20. Até a última quarta-feira, o governo federal esperava realizar a venda em 9 de maio de 2008, mas este prazo dificilmente será cumprido, porque o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não deu seu parecer. A EPE é subordinada ao Ministério de Minas e Energia. 

Tolmasquim evitou dar detalhes sobre a licitação do empreendimento, mas garantiu que o preço-teto inicial para Jirau será menor que os R$ 122 por megawatt/hora (MWh) estabelecido para a outra hidrelétrica do Madeira, Santo Antônio. Vendida em dezembro do ano passado, Santo Antônio foi arrematada pelo consórcio controlado pela Odebrecht e Furnas, que ofereceu um preço 35% menor que o valor estabelecido de início. O preço de Jirau foi enviado ao TCU, conta Tolmasquim. 

Além do forte deságio do leilão de dezembro, o preço-teto de Jirau será menor, porque a EPE tomou duas medidas que naturalmente vão derrubar o valor. A primeira é que a empresa contratou uma consultoria tributária para enxergar possíveis ganhos do empreendimento. E depois porque a EPE enviou ao TCU documentação mostrando que a segunda hidrelétrica de Jirau custará R$ 3,9 bilhões a menos que os R$ 12 bilhões imaginados inicialmente. Os R$ 12 bilhões, inclusive, são fruto do estudo de viabilidade econômica feito anos atrás por Odebrecht e Furnas, que naquele momento eram as principais interessadas nos ativos do Madeira. 

"O preço será conhecido em duas semanas. E acredito que não há risco de o leilão não ser realizado em maio", disse Tolmasquim. 

O presidente da EPE também assegurou que o edital será de conhecimento público nos próximos quinze dias. E garantiu que não haverá grandes modificações em relação a Santo Antônio. Em outras palavras, Jirau também poderá vender 30% da sua energia gerada para os consumidores livres e os outros 70% seguirão para o ambiente das distribuidoras de energia. Essa fórmula já foi adotada no leilão da primeira hidrelétrica do rio Madeira, Santo Antônio. 

Com capacidade de gerar 3,3 mil megawatts (MW), a hidrelétrica de Jirau vai entregar 1,966 mil MW. Já Santo Antônio que tem capacidade de 3,1 mil MW, produzirá efetivamente 2,2 mil MW. A expectativa é que a usina já licitada entre em maio de 2012, mas existem rumores de que Santo Antônio poderá começar a gerar no fim de 2011. 

O presidente da EPE assegurou também que pretende leiloar os 2,5 mil quilômetros de linhas de transmissão do Madeira no segundo semestre deste ano. A modelagem, contudo, não está definida. 

Fonte: Valor Econômico

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