Fábio Couto, da Agência CanalEnergia, Negócios
A Agência Nacional de Energia Elétrica estuda fazer pelo menos dois leilões de linhas de transmissão em 2008, possivelmente no primeiro semestre. Segundo o superintendente de Concessões de Transmissão da Aneel, Jandir Nascimento, está prevista a oferta de dois lotes considerados importantes: o linhão que ligará as usinas do Rio Madeira (6.494 MW), em Rondônia, a São Paulo, e a LT que ligará Manaus (AM) a Macapá (AP).
O superintendente da Aneel explicou que a definição dos leilões no ano que vem ainda depende da conclusão do planejamento feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e da Empresa de Pesquisa Energética, consolidados no Ministério de Minas e Energia. Estas linhas, em especial a segunda, explicou Nascimento, terá impacto na Conta de Consumo de Combustíveis, por conta da interligação de regiões do Sistema Isolado ao Sistema Interligado Nacional.
No leilão realizado nesta quarta-feira, 7 de novembro, foram licitados 1.941 quilômetros de linhas de transmissão, divididos em sete lotes - foram nove linhas e quatro subestações - com previsão de entrada em operação entre 15 meses e 21 meses e investimentos estimados em R$ 1,051 bilhão. O deságio médio, segundo dados da Aneel, ficou em 51,26%, sendo o menor deságio de 40%, no lote E - Jardim (SE) - Penedo (AL).
Disputa - Num leilão em que o resultado ficou marcado pela disposição das empresas nacionais, e pela discrição das espanholas - consideradas pelo mercado como favoritas na negociação - o maior deságio, de 56,86%, ocorreu no lote B (São João do Piauí - Milagres), arrematado pela espanhola Cymi - por sinal, o único lote que ficou nas mãos das empresas espanholas.
Dos sete lotes ofertados, três tiveram disputas no viva-voz, por conta da diferença de 5% entre as propostas. No lote A, a disputa ficou entre a Transmissão Paulista - vencedora - e a espanhola Isolux, enquanto no lote B, a Cymi e a Isolux apresentaram ofertas com diferença inferior a 5%. No entanto, a Isolux não apresentou ofertas no viva-voz.
Já o lote C foi o mais disputado do leilão, com quatro concorrentes nesta fase. As espanholas Cobra, Cymi e Elecnor disputaram com o consórcio Jauru, formado pela Eletronorte, Bimetal e Terna. Na segunda fase, porém, a Elecnor não apresentou lances, enquanto o consórcio Jauru e a Cobra foram os responsáveis pelo decréscimo do lote, que teve deságio de 53,50%.
Para Romeu Rufino, diretor da Aneel, a disputa nos lotes foi fruto da maior competitividade apresentada pelas empresas brasileiras, que mostraram disposição maior pelo risco. O leilão teve ainda a disputa do lote de baixa extensão, em comparação com os que foram ofertados. O lote F (Bateias - Pilarzinho) foi arrematado pela Copel Transmissão, enquanto o lote G (São Luis II - São Luis III) ficou com a Eletronorte. Ambas as linhas possuem menos de 30 quilômetros de extensão.
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)