Segunda-feira, 14 de abril de 2008 - 11h13
Leilão de LT: desafio de construção do linhão Tucuruí-Manaus pode ser ainda maior, diz Abdib
Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Expansão
A tão almejada conexão do extremo norte do país e de Manaus ao Sistema Interligado Nacional começa a sair do papel em 27 de junho quando três lotes vão ser leiloados. A linha Tucuruí-Manaus-Macapá terá 1.826 quilômetros de extensão que atravessarão o maior rio do mundo, o Amazonas, florestas virgens e áreas alagadiças. Um dos desafios será construir torres de 260 metros de altura, causando o mínimo de danos à vegetação em volta. Outro será a logística para levar maquinário e pessoal para áreas isoladas da floresta tropical.
O Programa de Expansão da Transmissão 2008-2012 coloca todo o valor do projeto do linhão em R$ 3,7 bilhões, excluindo projetos de regionalização e ambientais. A Agência Nacional de Energia Elétrica calculou em menos de R$ 3 bilhões o investimento necessário para todos os 12 lotes do leilão. O prazo para a construção do linhão foi estimado pela Aneel em 36 meses para os lotes A, B e C, que compõem o linhão. Porém, o coordenador-executivo do Comitê de Transmissão da Abdib, Edison Carneiro, acha que esse período é apertado para a execução da obra.
Para ter noção do desafio, a Associação Brasileira de Indústria de Base e Infra-estrutura organizou uma expedição aérea à região para conhecer in loco os percalços no caminho do projeto. A missão, com participação de técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico e Aneel, contou com dois helicópteros que levaram, entre 30 de março e 5 de abril, técnicos das associadas da Abdib interessadas no projeto. "Temos uma opinião unânime de que os desafios serão ainda maiores", avalia Carneiro.
Na região, os técnicos detectaram que a área do lote A, que compreende a ligação Tucuruí-Xingu-Jurupari, tem um trecho de 70 km em que as torres deverão ser elevadas a pelo menos 100 metros para que os cabos fiquem acima das copas de árvores. "Isso não estava previsto originalmente", observa Carneiro, acrescentando que isso deve elevar os custos da obra. Os lotes B e C já tinham a previsão de elevação das torres até 260 metros, estando, portanto, inserido nos custos destes trechos.
"Os três lotes fogem do modelo de tudo feito até agora em transmissão. Estamos entrando na região Amazônica", frisa. Ele diz que mesmo a conexão das usinas do Rio Madeira a São Paulo será um desafio menor porque ocorrerá em uma região já "dominada". "A região da margem esquerda da Amazônia ainda é muito pouco estudada", diz. Por isso, será preciso fazer todo o processo de licenciamento ambiental desde o termo de referência. "Só a aprovação do termo dura de 4 a 5 meses por lei", completa o coordenador.
Devido ao desconhecimento da região, no próximo dia 21 de abril, a Abdib lança uma nova expedição, dessa vez terrestre, ao local para fazer uma avaliação das áreas consideradas mais críticas. A Abdib enviou, antes da aprovação do edital, uma proposta ao Ministério de Minas e Energia para que o empreendimento fosse tratado de maneira diferenciada devido às suas especificidades. "Pedimos que o prazo de concessão fosse contado a partir do licenciamento ambiental, em conseqüência da complexidade", conta. O pedido não foi acatado pelo MME.
A obra é importante para o país porque vai cortar significativamente as despesas com a Conta de Consumo de Combustíveis Fosséis, que, atualmente, está em R$ 3 bilhões. O linhão vai interconectar o estado do Amapá e o maior mercado do Sistema Isolado, Manaus. Com isso, seriam eliminados R$ 2 bilhões da CCC. Uma outra linha, a Jauru-Vilhena-Samuel, em meio a uma queda de braço entre Brasília e Porto Velho, eliminará o restante da conta.
Apesar de todos os desafios, a expedição da Abdib mostrou que o apetite pelos lotes A, B e C não diminuiu entre os grandes players do setor. Enviaram representantes: Alusa, Isa Cteep, Plena, Abengoa, Odebrecht, Schahin, Cemig e Terna. Todos grandes investidores e operadores do setor de transmissão com larga escala de conhecimento. A Isa Cteep já tinha dito à Agência CanalEnergia que estava considerando o linhão.
Pensando nos avanços a serem feitos, O Cigré-Brasil vai realizar nos dias 5 e 6 de maio, no Rio de Janeiro, o Workshop Internacional: Grandes Travessias em Linhas Aéreas de Transmissão, que trará experiências de outros países comparáveis à da construção do linhão.
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