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Hidrelétricas do Madeira

Madeira atrai nova onda migratória a Rondônia


A construção das usinas do rio Madeira vai gerar uma massa salarial de R$ 1 bilhão e atrair cerca de 80 mil pessoas. Marcada por uma história de fortes ondas migratórias, seguidas por esvaziamento econômico e mazelas sociais, Rondônia está apreensiva com os efeitos do novo ciclo de prosperidade em gestação. As duas hidrelétricas estão orçadas em R$ 20 bilhões - o dobro do PIB estadual, de R$ 9,74 bilhões. 

Empresários e governos estadual e municipais já buscam formas para integrar a população que virá, cientes de que apenas uma parte dela será absorvida pelos 23,5 mil empregos diretos que serão gerados - 20 mil na construção das usinas Santo Antônio e Jirau, e 3,5 mil em fornecedores de equipamentos do complexo hidrelétrico. 

O governo do Estado quer negociar a antecipação dos royalties das usinas, estimados em R$ 50 milhões anuais, e conta com R$ 200 milhões de um percentual obrigatório sobre o valor das obras para mitigar os impactos negativos, sobretudo na capital e em seus 13 distritos, um território maior que os Estados de Alagoas ou Sergipe. Outros R$ 645 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) devem ser investidos especialmente em saneamento - hoje, Porto Velho tem apenas 1,8% de ligações de esgoto, não tratado, e somente 45% das casas com água encanada. 

Para além das demandas imediatas, os empresários reivindicam ações capazes de estruturar a economia local. A principal delas é a construção de um ramal de 550 quilômetros do gasoduto Urucu-Manaus (AM) até Porto Velho, para alimentar um pólo petroquímico produtor de tintas, polímeros e fertilizantes, o que poderia dobrar os empregos na indústria para 40 mil postos em dez anos e absorver o excedente de mão-de-obra gerado pelo "esfriamento" das usinas. 

Em Porto Velho, há 30 edifícios para classe média em construção, mas já falta mão-de-obra - pedreiros, eletricistas e engenheiros - e alguns materiais são disputados na cidade. Atraídas pelo movimento, empresas de grande porte como Alstom, Accor Hotels, Carrefour e Votorantim Cimentos estudam o mercado, planejam investimentos ou já começam a chegar. Dois shoppings centers, com 160 lojas cada um, também estão em construção. 

Fonte: Valor Economico - Mauro Zanatta

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