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Hidrelétricas do Madeira

PAC: Porto Velho-Araraquara é reforço na interligação


Sem descartar taxativamente a hipótese de um racionamento de gás natural, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu indicações claras da ordem de prioridade no atendimento aos consumidores, em caso de ser adotado um plano de contingência do combustível. Em primeiro lugar, serão atendidas as usinas térmicas movidas a gás, se houver necessidade de restringir a entrega do insumo. Pela ordem estabelecida por Dilma, em segundo lugar virão as indústrias.

"Se não é para energia térmica, ele (o gás) deve ser usado para a indústria, porque aumenta a produtividade do país", afirmou a ministra, durante a apresentação do balanço de primeiro aniversário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em terceiro lugar na lista de prioridades, conforme a indicação de Dilma, viria o atendimento de ônibus que utilizam gás natural como combustível. "O transporte de massa tem uma justificativa ambiental", afirmou a ministra.

Por último, segundo ela, que defendeu um tratamento "flexível" para o uso do gás, estariam os veículos individuais. A ordem de prioridades não foi classificada em nenhum momento pela ministra como uma fila do plano de contingência, mas foi uma dedução óbvia da resposta que deu a jornalistas sobre a possibilidade de um racionamento de gás natural. Na entrevista, Dilma insistiu em que não há riscos de um apagão energético, mas não mencionou, conforme lhe havia sido perguntado, se o mesmo pode-se aplicar em relação ao gás.

A ministra dedicou sua resposta a condenar a conversão de carros para o uso de gás natural veicular (GNV). De acordo com ela, apenas dois países no mundo utilizam o combustível em tamanha proporção. "Só Brasil e Argentina, e com desvio de preço", frisou. Para Dilma, "fazer a conversão agora é uma temeridade".

Ela lembrou que os veículos continuam com outras opções de abastecimento e ressaltou os investimentos em curso para ampliar a oferta do insumo. Em fevereiro, entrará em operação o gasoduto Cabiúnas-Vitória, que fornecerá 5,5 milhões de metros cúbicos por dia - suficientes para fazer funcionar uma térmica de quase 1.000 MW no Estado do Rio de Janeiro.

Em junho, deve começar o funcionamento do terminal de regaseificação de Pecém (CE), com 6 milhões de m3 por dia. Em setembro, o terminal da Baía de Guanabara, com até 14 milhões de m3 por dia. Esses dois terminais vão permitir a importação de gás de fornecedores distantes, como Argélia e Líbia.

Quanto ao suprimento de energia elétrica, Dilma adotou um tom incisivo. "Não há a menor possibilidade de haver um racionamento", garantiu a ministra. Ela destacou que o uso mais intenso de usinas térmicas, em pleno período chuvoso, não significa a iminência de apagão, mas constituem um sinal de saúde do sistema elétrico, ao permitir a recomposição dos reservatórios.

Para 2008, o PAC prevê várias novas linhas de transmissão, como o reforço da interligação Norte-Sul, com obras em andamento e inauguração prevista para abril. Até o fim do primeiro trimestre, o governo pretende licitar o "linhão", que conectará a usina hidrelétrica de Tucuruí, no Estado do Pará, a Macapá e Manaus - hoje sistemas isolados. Até setembro, deverá ocorrer o leilão da linha de transmissão Porto Velho-Araraquara, que ligará as futuras usinas do Madeira com o Sudeste.

Fonte: Valor Econômico

 

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