Terça-feira, 27 de janeiro de 2009 - 18h28
Encontro de preparação para o Fórum Social Mundial articulou povos do Brasil, Bolívia e Peru contra a construção das hidrelétricas do rio Madeira
Bruno Calixto
Enquanto a construtora Camargo Correia anunciava que a primeira parte da construção do canteiro pioneiro da hidrelétrica de Jirau já estava concluída, os movimentos sociais do Brasil, Bolívia e Peru que fazem resistência a construção das hidrelétricas do rio Madeira se reuniam no "Encontro sem fronteiras dos povos do Madeira: uma outra Amazônia é possível". O encontro começou na última sexta-feira (23) e terminou ontem (26), em Porto Velho (RO).
Nos debates, foram analisadas questões como o reordenamento territorial e o papel das comunidades tradicionais no processo de expansão das grandes corporações na Amazônia. Para o historiador e mediador do debate Ramon Cujuí, a articulação das comunidades tradicionais nesse contexto é crucial. "Não tenham dúvida que todo o processo de infra-estrutura na Amazônia é também um processo de privatização deste território em benefício de grandes grupos e não das comunidades que vivem nele".
No último dia foi elaborada uma declaração final do encontro. O presidente da ONG Rio Madeira Vivo, Iremar Antônio Ferreira, explica que trata-se de um manifesto "no qual reafirmamos o compromisso de lutar contra os grandes projetos que trazem grandes problemas para os povos da Amazônia".
Segundo Ferreira, o manifesto também reafirma a sentença do Tribunal Latinoamericano da Água, que condenou o governo brasileiro em setembro do ano passado por desrespeitar o direito das populações à água como bem vital e fundamental às pessoas e critica o governo brasileiro por não ter dado as explicações requeridas sobre os impactos das usinas em território boliviano.
O "Encontro sem fronteiras dos povos do Madeira" também articulou as ações que os movimentos de resistência às hidrelétricas vão tomar no Fórum Social Mundial, que começa hoje (27) em Belém. Segundo Iremar, uma caravana de trinta representantes do Brasil, Bolívia e Peru estão partindo de Porto Velho para o Fórum.
Rio Madeira no FSM
As usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, são alvo de críticas de organizações ambientalistas e movimentos sociais. Segundo especialistas, a construção das usinas vai aumentar a pressão sobre a floresta amazônica, aumentando o desmatamento. Além disso, para a construção das usinas as empreiteiras tiveram que retirar mais de cinco mil famílias de ribeirinhos que viviam na região.
Durante o Fórum Social Mundial, os impactos socioambientais das usinas serão discutidos principalmente no dia 28, no chamado Fórum Pan-amazônico e na Tenda dos Povos da Floresta. As usinas também serão debatidas no âmbito da Iniciativa pela Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA).
Fonte: Amazonia.org.br
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