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Rio Madeira: Preço-teto vai aumentar concorrência


Rio Madeira: especialistas afirmam que preço-teto vai aumentar concorrência. Para professsor do Grupo de Estudos do Setor Elétrico/UFRJ, governo mostra que está perseguindo a modicidade tarifária

Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Negócios

O preço-teto de R$ 122 por MWh estabelecido pelo governo para o leilão da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, vai aumentar a concorrência entre os consórcios participantes do certame. Para o professor Nivalde José de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o valor do preço-teto é extremamente positivo. "Ao estipular um valor máximo de R$ 122 MWh, o governo mostra que realmente está perseguindo a modicidade tarifária", comentou Nivalde.

O professor disse ainda acreditar que os preços vão ficar mais baixos do que o teto estipulado. "Todos os consórcios envolvem uma empresa estatal, e essas empresas têm condições de receber um retorno menor. Além disso, com uma estatal no consórcio, os riscos ambientais ficam praticamente diminuídos, já que elas têm um maior diálogo com o governo", analisou.

Para o professor, o edital também apresentou outros dois pontos positivos: fixou que 30% da energia será vendida para os autoprodutores e estabeleceu que os fabricantes de equipamentos e as construtoras, que compõem os consórcios, não têm poder de veto.

"Os fabricantes e as construtoras só entraram no leilão para construir e fornecer equipamentos para o empreendimento. É muito importante que elas não tenham poder de veto, para que a obra não seja encarecida", observou.

Refazer contas - De acordo com José Rosemblat, da PSR Consultoria, o governo realizou todo um estudo para poder chegar a esse valor de R$ 122 MWh, que é menor do que os negociados no último leilão A-5. Segundo ele, esse valor pode ter sido fixado em função da energia assegurada da usina de Santo Antônio, que chega a 70% da potência instalada, enquanto em outras usinas, o percentual não passa de 55%.

"Os candidatos terão que refazer suas contas para ver se é possível entrar ou não no leilão. Cabe agora aos empresários enquandrar seus custos ao valor apresentado pelo governo", comentou.

Desse valor total, de R$ 122 MWh, cerca de R$ 25 é para pagar a tarifa do uso do sistema de transmissão, o que segundo Rosemblat, é uma taxa relativamente elevada em comparação com outros empreendimentos. "Entretanto, esse valor é perfeitamente explicável, devido à distância da usina dos centros consumidores", explicou.

Pelo menos, quatro consórcios vão participar do leilão, marcado para acontecer no dia 10 de dezembro: o consórcio Furnas-Odebrecht; o consórcio Amazônia Madeira, encabeçado pela construtora Camargo Corrêa, em parceria com a Chesf; o consórcio Suez-Eletrosul; e o consórcio liderado pela Alusa, que conta com a participação da Eletronorte, Citic e Schahin, Impsa, UTC e o fundo alemão Meinl Bank.

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