Sexta-feira, 3 de outubro de 2008 - 08h06
Santo Antonio fecha contrato de venda no mercado livre
Josette Goulart, de São Paulo - Jornal Valor Econômico
O presidente do consórcio Madeira Energia, que arrematou a usina hidrelétrica de Santo Antônio no Rio Madeira, Roberto Simões, assumiu há dois meses o cargo com a incumbência de tocar o negócio e dissociar o empreendimento da disputa em torno da usina de Jirau, segundo projeto previsto para o mesmo rio.
Focado na gestão da empresa, Simões, egresso da Braskem, já estima um faturamento mínimo de R$ 2 bilhões por ano a partir da entrada em funcionamento de todas as 44 turbinas que serão levadas ao Rio Madeira, em Porto Velho, estado de Rondônia. Para garantir esse mínimo de retorno, a empresa vai precisar negociar bem os 30% da energia que está liberada para ser vendida no mercado livre.
As negociações já começaram e Simões diz que tem pelo menos um contrato de opção de venda fechado, para fornecimento por prazo de 10 anos. A empresa trabalha agora em um plano de comercialização no mercado livre para apresentar aos acionistas, que precisam aprovar uma estratégia. Parte dessa energia livre provavelmente irá para a Cemig que manifestou o interesse, e é sócia do empreendimento.
O preço da energia no mercado livre para garantir o retorno mínimo esperado para o projeto não pode ser inferior a R$ 130 o MW/h. Isso porque o preço acertado para o mercado cativo, que vai absorver 70% da energia, foi de R$ 78,78 o MW/h. Na média, a energia ficaria em torno de R$ 105.
O insumo mais barato para o mercado cativo só foi possível em função do modelo adotado no leilão da usina de Santo Antônio, que justamente deixou 30% dos 2,2 mil MW médios de energia assegurada a ser gerada livres para ser comercializada. Mas os consumidores livres questionam o método justamente porque dizem que acabam tendo de pagar mais pela energia. E que o barateamento do insumo alegado pelo governo seria irreal. A usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, por exemplo, leiloada nesta semana pelo governo teve a energia vendida ao mercado cativo por R$ 98,98.
Independentemente de qualquer discussão, o consórcio Madeira Energia quer agora focar seus esforços nas obras, já que conseguiu, na semana passada, a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica para antecipar a entrada em operação da usina para maio de 2012. Com isso, a energia gerada até dezembro poderá ser totalmente vendida no mercado livre.
Por enquanto, a usina está sendo construída com recursos próprios. Até o fim de outubro, existe a expectativa de que o financiamento do BNDES seja aprovado mesmo que a crise permaneça, segundo Simões. E o dinheiro será liberado no início do ano. Ao todo o empreendimento vai exigir investimentos de R$ 12 bilhões e metade disso virá de um projeto de financiamento liderado pelo banco oficial. Outros 25% serão de recursos dos sócios Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig, Furnas e um fundo de investimentos do Banif e Santander. O restante será gerado pelo Madeira Energia.
Cerca de 450 pessoas já estão envolvidas na obra, número que vai saltar para 12 mil no auge da construção. A partir de maio de 2012 será ligada a primeira turbina. Mais 43 entrarão em operação até 2014, quando chega à potência máxima instalada de 3.150 MW. A diretoria do projeto estuda instalar mais turbinas para aumentar a capacidade, mas como as cheias do Rio Madeira só acontecem durante três meses o investimento pode não dar retorno suficiente. Além disso, a empresa ainda lida com um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para averiguar se todas as licenças concedidas pelo Ibama estão regulares.
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