Quinta-feira, 31 de julho de 2008 - 22h38
Tribunal recomenda que executores dos estudos de viabilidade dos empreendimentos hidrelétricos sejam excluídos das licitações
Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Negócios
O Tribunal de Contas da União não vê irregularidades na proposta vitoriosa apresentada do consórcio Energia Sustentável do Brasil no leilão da hidrelétrica de Jirau (RO-3.300 MW). O ministro-relator da matéria, Benjamin Zymler, afirmou no voto que "o estudo de viabilidade não é projeto", portanto, podendo ser alterado. Ele lembrou ainda que as mudanças terão que passar pelo crivo de Agência Nacional de Energia Elétrica, Agência Nacional de Águas e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.
O consórcio alterou o eixo do projeto em nove quilômetros, em relação ao colocado em licitação, o que provocou uma redução de R$ 1 bilhão nos custos e antecipação da entrada em operação do projeto. "A avaliação sobre se essa alteração é drástica ou substantiva, como apregoam os representantes, caberá à Aneel, uma vez que essa distância poderá ser considerada insignificante", afirma o voto de Zymler apreciado pelo plenário do TCU na última quarta-feira, 30 de julho.
Ele lembra ainda que, de acordo com edital, caso a Aneel não concorde com a mudança, o consórcio terá que seguir o projeto original ou desistir do empreendimento. Nesta situação, a agência executará a garantia da proposta de R$ 86,991 milhões, já depositada, e convocará o segundo colocado: consórcio Jirau Energia, liderado por Odebrecht e Furnas.
Zymler afirma que, desde que não haja comprometimento das licenças e autorizações, a alteração pretendida "é bem-vinda e coaduna com os princípios da modicidade tarifária e da proposta mais vantajosa para a administração". O ministro ressalta também que estava sendo ofertada a compra e venda da energia de Jirau e não o projeto de construção da usina.
"O edital é claro quando afirma que quaisquer propostas de alteração (...) devem ser efetuadas após a assinatura do contrato". O Energias Sustentável do Brasil entregou em antecipação o projeto para Aneel e o Ibama para acelerar o processo de aprovação, assim aproveitar a janela hidrológica para iniciar as obras. O TCU também não vê como problema maior o risco geológico alegado pelo deputado Carlos Willian (PTC-MG), autor de uma representação contra as alterações no projeto da hidrelétrica.
O voto pôs sob suspeição a permissão dos executores dos estudos de viabilidade de empreendimentos hidrelétricos, como os do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e de Belo Monte, para participarem das licitações. Para Zymler, caso o novo arranjo se mostre viável, o ajuste colocará em dúvida a adequação dos estudos desenvolvidos por Furnas e Odebrecht.
"Na medida em que se permite que os executores dos estudos de viabilidade e de inventário participem do leilão de energia, estabelecem-se possibilidades danosas de conflitos de interesses, na forma de assimetria de informações, uma vez que podem influir na melhor escolha das repartições de quedas (aproveitamento ótimo), prejudicando assim incontestavelmente o princípio da isonomia", afirma.
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