Quinta-feira, 2 de agosto de 2007 - 15h11
Promover uma maior reflexão da sociedade sobre as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira. É com este objetivo que o programa Universitando inicia neste domingo ao meio-dia, pela programação regional da Rede TV, uma série de reportagens especiais sobre os aspectos que envolvem a construção das usinas do Madeira. O apresentador do programa, Jaime Gazola Filho, explica que as matérias que irão ao ar a partir deste domingo são totalmente imparciais, levando ao telespectador um ângulo de 360º acerca do assunto. “Nós conversamos com o Ibama, com organizações civis contra e a favor das usinas e queremos, com isso, ampliar ainda mais a discussão sobre toda a polêmica gerada em torno deste tema”, completa.
Segundo o apresentador, as matérias serão exibidas em três edições, uma com o ponto de vista do Ibama, outra expondo a defesa de quem é a favor e uma terceira com quem se opõe a construção das usinas sobre o Rio Madeira. Para encerrar, o Universitando irá promover um debate entre estudantes universitários numa quarta edição especial do programa. “O jovem rondoniense precisa participar mais efetivamente desta discussão, mostrando o que pensa sobre um assunto que vai definir o futuro do estado e, até do país. Então é aí que o programa demonstra a sua preocupação social e faz o seu papel levando essa polêmica até a população de Rondônia”, enfatiza Jaime.
O projeto das Usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, prevê a capacidade de geração 10% da energia a ser consumida pelo Brasil. Para isso, será necessária a ocupação de 230 quilômetros de extensão ao longo do rio, o que poderá causar danos irreversíveis ao meio ambiente, se não houver responsabilidade social e ambiental no projeto. Para isso o Ibama formulou dezenas de exigências para liberar uma licença prévia para o leilão que irá definir ainda a concessão das empresas construtoras. Entre as exigências estão a apresentação de projetos para a criação de caminhos alternativos para o deslocamento, desova e reprodução de peixes. Também está sendo exigido o controle do processo de sedimentação dos reservatórios e o monitoramento dos níveis de mercúrio nos igarapés afluentes do rio. É indispensável, também, a apresentação de programas para diminuir os prejuízos da população ribeirinha que serão atingidas pelas barragens.
A licença prévia liberada no dia 9 de julho não garante a execução das obras. A licença é válida por até dois anos, tempo suficiente para apresentar o projeto das obras. Após essa fase, se aprovada, uma segunda licença autoriza o início da construção e, por último, o Ibama libera terceira licença já para o funcionamento das usinas. Se o projeto das usinas do Madeira for aprovado, mais de R$ 20 bilhões serão investidos no empreendimento.
Fonte: Chagas Pereira
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