Sexta-feira, 27 de março de 2009 - 08h45
Crise global, aversão ao risco, redução de capacidade, mercado conservador e seletivo, taxas em alta. Mesmo com o cenário pouco favorável, a colocação do seguro bilionário das usinas do rio Madeira surpreendeu o mercado e teve oferta de cobertura bem acima do pedido.
Em plena crise, foi fechada uma apólice de R$ 9,5 bilhões, em importância segurada, que cobre os riscos de engenharia da construção da usina de Santo Antônio, a primeira obra no rio Madeira. Trata-se da maior apólice do mundo nesse tipo de risco (superando a da ampliação do Canal do Panamá, estimada em US$ 3,3 bilhões na primeira fase). Comenta-se no mercado que a oferta de capacidade pelo setor teria batido na casa dos R$ 15 bilhões.
Há também o seguro garantia de R$ 2,4 bilhões, que garante aos financiadores que a obra será construída dentro do prazo previsto. Essa apólice foi emitida anteontem e também teve capacidade ofertada acima do pedido, fato raro em tempos de crise, no qual algumas grandes empresas têm encontrado dificuldade para fechar seus programas de seguro.
O fechamento do seguro contou com inúmeras seguradoras, resseguradoras, corretoras e escritórios de advocacia, além de várias apresentações no Brasil e Europa de todos os participantes envolvidos para mostrar o projeto ao mercado ressegurador e segurador.
O projeto das garantias começou a ser desenhado em 2005 pela OCS, a corretora cativa da Odebrecht, em conjunto com algumas seguradoras. Segundo Laudelino Soares, diretor responsável pelo projeto de seguros e garantias, houve a preocupação de se mapear todo o projeto e ver a necessidade de cada parte envolvida antes de colocar o seguro na praça. "O mercado não foi surpreendido."
O prazo das garantias é de sete anos, com extensão para mais dois anos para manutenção das turbinas. Para Luiz Barretto, responsável pela área de garantia da OCS, a qualidade do consórcio construtor (que inclui empresas como Odebrecht, Siemens, Andritz, Alstom e Andrade Gutierrez) e o volume de estudos técnicos explicam o interesse do mercado. Houve ainda o interesse de mostrar a preocupação ambiental do consórcio e o respeito aos Princípios do Equador, fatores que vêm sendo muito exigidos pelas resseguradoras.
No caso do seguro garantia, Zurich, AIG, IRB Brasil Re e Swiss Re estão entre as resseguradoras que participaram. Aon, Marsh e WS Active estão entre as corretores que ajudaram a colocar o risco. A apólice foi liderada pela seguradora do Itaú Unibanco e ainda contou com a Cescebrasil (novo nome da Áurea) e a JMalucelli. A empresa inglesa Scott Wilson foi contratada para fazer a avaliação do risco.
No seguro de engenharia, o destaque foi a participação expressiva no resseguro da Munich Re, uma das primeiras a abrir uma resseguradora local no Brasil, além de outros vários participantes, como as seguradoras Allianz e também da Zurich.
Na avaliação de Barreto, na área de infraestrutura, grandes projetos não se sustentam sem uma estrutura de garantias adequadas, que dão conforto aos financiadores. No caso do Madeira, bancos como o Santander, Banco do Nordeste e Bradesco estão entre os que liberam recursos, além do BNDES, que recebeu anteontem cópia da apólice de garantia.
Ainda na área de garantia, foi fechada a apólice da concessão da Rodovia Dom Pedro I, que a Odebrecht ganhou. A garantia é de US$ 600 milhões. O líder é o Itaú Unibanco; a Liberty participa.
Fonte: Valor Econômico/Altamiro Silva Júnior, de São Paulo
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