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Dom Roque Paloschi: 'As comunidades tradicionais têm nos ensinado muito'


  
Em entrevista coletiva, no dia de hoje, 24, no 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), em Porto Velho, capital de Rondônia, foram convidados a conversar com a imprensa a assessora nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Antônia Mendes; a ex-ministra do Meio Ambiente e atual senadora da República, Marina Silva e o bispo de Boa Vista (RR), dom Roque Paloschi.Dom Roque Paloschi: 'As comunidades tradicionais têm nos ensinado muito' - Gente de Opinião

“Sou negra, seringueira e religiosa, sou a cara do meu estado (Rondônia)”, explicou irmã Antônia Mendes, que continuou dizendo não há mais espaço, dentro da atual conjuntura social para continuar com discriminações contra as comunidades tradicionais (índios, quilombolas, ribeirinhos e seringueiros). “Este pensamento já não pode prevalecer em nossa sociedade, mas infelizmente não é isso que vemos. O que percebemos é que cada vez mais somos marginalizados, excluídos e oprimidos em nossas próprias terras. Estamos sendo empurrados para cada vez mais longe, estamos sendo vítimas do chamado “progresso capitalista” e isto está nos levando à destruição de nosso planeta.

Dom Roque Paloschi também fala sobre essas comunidades, principalmente as indígenas, em especial a da reserva florestal Raposa Serra do Sol e explica o quanto ele são importantes no papel de preservação ambiental e também o quanto devem ser respeitados por serem os donos legítimos de suas terras. “As nossas Comunidades Eclesiais de Base estão aprendendo com os povos tradicionais, da floresta, dos indígenas, dos quilombolas, essa é uma missão de amor a vida, na defesa do meio ambiente. As comunidades originais têm nos ensinado muito e somos muito gratos a eles por esses ensinamentos. Devemos respeitá-los e ajudá-los”.

A senadora da República Marina Silva também se diz indignada com esse “descaso” do governo em relação a essas comunidades. “Lutei e lutarei até o fim de meus dias para ver essas comunidades valorizadas, respeitadas e admiradas porque elas são o berço de nossa civilização Brasileira, e não podemos destruí-la ou deixar que a façam por causa da ganância e do consumismo”, ressaltou Marina, dizendo o mundo vive uma crise econômica e ambiental sem precedentes na história da humanidade. “Por isso devemos respeitar e seguir dos povos originais, ou seja, cuidar do meio ambiente, pois nós não vivemos sem a Terra, mas a Terra vive sem nós”.
 
Fonte: Ascom/Intereclesial

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