Segunda-feira, 21 de outubro de 2024 - 15h05
Semana passada o presidente foi a
Belém, carregou a imagem da mãe de Jesus, ouviu o côro “vai roubar a santa”. Depois
foi a Salvador e lá desceu o malho, bateu no Bozo e foi a um comício. Em dia de
graça revelou seu profundo saber cristão ensinando: “os ricos mandaram
crucificar Jesus e depois mandaram ressucitar” e tascou “ninguém
foi mais esquerdista que Jesus Cristo. Ninguém”. Um rolê em Sampa para ungir
Boulos, mais catequese e a volta a Brasília para fazer as malas e partir para a
Rússia paa mais falação com a “izquierda raiz”, sem a presença de Jesus Cristo
que não é esquerda ou direita. Mas o destino está escrito. Corto para igreja e
lembro das escolas dominicais evangélicas ensinando com música para as crianças
terem cuidado com o que falam. “cuidado boquinha com o que fala, o salvador está
olhando pra você”. Ou Dona Lindu não levou o menino à igreja ou “Uómi” não leu
a Bíblia. Corto para a TV e urgente: o Vein do 3º andar caiu em casa, levou pontos
na cabeça e não pode viajar por ordem médica. Não foi Maria ou Jesus que são laicos:
“a Cesar o que é de Cesar, a Deus o que é de Deus”, mas Zé de Nana vê diferente:
“Isso deve ser coisa do tinhoso que é cheio de arte”.
1.1-
Desserviço na saúde
Prenderam uma lagartixa nessa história da
contaminação de transplantados e sua defesa disse: “no curso do processo será
provada a inocência da minha cliente”. Sabe o que isso significa? Que o
processo será demorado, que as investigações ficarão num limbo por muito tempo
e que uma crise será fabricada para esconder esta. Algumas arraias miúdas
deixarão a lama do fundo, mas sem o ferrão e terão que se contentar com o
destino que lhes foi traçado. Como o consórcio Nordeste para a compra de
respiradouros, surgirá um nome absolutamente irretocável e que não é a Dona
Nísia, para acalmar a sede de parte da imprensa e “no curso do processo(...)”.
O laboratório ficará fora do governo por uns tempos, mas lá na frente, a
exemplo do que ocorre quando a justiça faz justiça, voltará a atuar como
aquelas empreiteiras e os irmãos vendedoras de carne do Brasil-sil-sil-sil!
Vivaa!
1.2- Tungaram os servidores dos
Correios
Existem nomes que não conseguem
ficar distantes das páginas político-policiais. Caso do Sêo Renan, mais liso
que muçum ensaboado, investigado desde 2017 – já são 7 anos - por lambanças no
Fundo Postalis. Sêo Dino do STF deu 3 meses – o que são 3 meses em 7 anos? –
para a PF concluir a tarefa e aqui faço a defesa do Sêo Renan: o Postalis é
fundo de pensão dos Correios e ele nunca foi estafeta ou carteiro. “Situação
tendencialmente excessiva” disse Sêo Dino. “Para evitar a configuração
inequívoca desse indesejável abuso, as autoridades competentes devem concluir
as diligências e emitir manifestações que considerarem cabíveis”. Português
escorreito!!! Do rolo pintou o nome do “corre” Milton Lyra que está no processo
de propina paga pela Hypermarcas a Renan, Braga e Jucá. Devoto de São Tomé olho
de banda o PGR: “As diligências pendentes de cumprimento e que respaldam a
prorrogação das investigações são necessárias para possibilitar um juízo
adicional e mais abrangente sobre os fatos investigados”. Tendeu tudin?
1.3- Até os miseráveis pagam a conta
Gosto do tema. Reportagem do Poder
360 , acesse clicando o link, causa espanto e irritação pois a conta
é do pagador de impostos, mesmo sendo o miserável que compra um pão por dia,
dorme sem comer e mora na rua. O salário dos ministros do STF é o 2º mais
desigual em relação à renda média per capita dentre os países da América do
Sul. A casta recebe de bruto R$ 44.000, ou 2.281% a mais que a média do
brasileiro com salário mínimo de R$ 1.848. O nosso Judiciário é o mais caro dentre
53 países, usamos 1,6% do PIB para mantê-lo contra 0,37% de média mundial e além
de salário, há “penduricalhos”. Mas há sempre quem os defenda como o Veín do 3º
andar. Em fevereiro ele disse que os salários são “baixos” para a “qualidade da
função” e aliás, coberto de razão. O STF foi relevante na Lavajato. O salto
tríplice carpado deixou Sêo Lule na cara do gol, sem goleiro para tomar o poder.
E Sêo Barroso ainda teve o desplante de dizer no Congresso da UNE: “nós
derrotamos o bolsonarismo”. “Nós”, quem ou quantos, Sêo
Barroso? O STF?
2.- Ponto final
Ele é jovem, mas tem jeito de político velho, como
eram seu pai Eduardo Campos e seu bisavô Miguel Arraes. O DNA é de esquerda,
mas o discurso e a prática são arejados. João Henrique Campos, foi reeleito
prefeito de Recife com quase 80% dos votos e segue o pai morto num acidente na
campanha para presidir o país. Ele tem chances reais de crescer de preferência
se ficar longe dos luas pretas da esquerda. Seu estilo é diferente e descola de
ideologias. “Muitas vezes o discurso ideológico da direita captura mais gente
que o da esquerda. Por isso acho que o caminho não é entrar nas rotas
ideológicas, mas na rota do concreto. A esquerda precisa ter pé no chão e o
olhar lúcido para ter um diagnóstico correto para enfrentar disputas eleitorais
nos grandes colégios e entender que as pessoas esperam que os prefeitos e políticos
tenham capacidade de melhorar a vida delas, de fazer gestão com qualidade, com
eficiência. A gente tem que ter muito cuidado com a discussão acirrada do ponto
de vista ideológico, porque ela sai desse campo”. Gostei. É hora de nomes novos
como o João se colocarem para tirarem aqueles com cheiro de naftalina. Renovar
é preciso e o novo sempre vem.
03- Penúltimo pingo
Semana decisiva para os candidatos a prefeito que
foram ao segundo turno. Em Porto Velho os debates televisivos seguem dentro do
esperado, diferente de São Paulo ou outras paragens mais belicosas, mas nas
redes antissociais, do pescoço pra baixo é canela. Surgem arquivos inexistentes,
mortos, acordos falas e favores para a festa mórbida de gente que descobre seus
“instintos mais primitivos” como disse Roberto Jefferson a Zé Dirceu à época do
Mensalão. A traição está em alta, mas é da natureza do escorpião picar o sapo
que o ajuda a atravessar o rio.
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