Quarta-feira, 18 de outubro de 2023 - 15h42
Num momento em que o mundo assiste estarrecido a
inflexão para uma política internacional da fragilizada ONU voltada para a
esquerda é imperioso pensarmos sobre a quase total falta de lideranças
democráticas no mundo e na multiplicação de ações ditatoriais nas diversas nações
mundiais, inclusive as que mantem tradição democrática, índices de educação,
liberdade, qualidade de vida e estrutura de serviços públicos invejáveis. Exemplo
claro é o que ocorre numa área dos Estados Unidos – a Califórnia – virada de
cabeça para baixo e bastante distante do sonho americano. E tudo isso ocorre
dentro de um espaço internacional em que as fronteiras praticamente inexistem
por conta da quantidade e velocidade de informações, notícias e conhecimentos
que viajam pela web. Constata-se que muito ao contrário do que se poderia supor,
a globalização pelas redes sociais nivelou por baixo, ou melhor, puxou a todos
nós para baixo. Que fique claro, o volume de benefícios que esse movimento
trouxe para a nossa vida, para a vidas das organizações, das empresas, países,
escolas é infinitamente superior a qualquer período anterior, desde que a internet
passou a fazer de nossas vidas. Como diz o Zé de Nana, “mas não tem bom sem
defeito”.
Essa conversa surgiu quando eu lia o comentário do
Leonêncio Nossa sobre o momento terrível das chacinas em Israel e Palestina e
ele nos leva a lembrar de uma figura brasileira importante para a criação do
estado de Israel. Oswaldo Aranha era dessas figuras que faziam sombra para os
presidentes. Ministro das Relações Exteriores e da Justiça de Getúlio Vargas
por muitos anos, guardava a ideia de presidir o Brasil com ideias próprias, nem
sempre acolhidas, como se viu na segunda guerra mundial, quando ele propunha uma
aliança com EUA. Quando assumiu o poder em 1947, o presidente brasileiro Dutra
queria distância dele e ele estava em Nova York, quando Pedro Leão Veloso, representante
do Brasil na ONU sofreu um infarto. Sem opção
Dutra o nomeou e estava ali outra chance: a cadeira do Brasil para o Conselho
de Segurança da ONU e ele a ocupou. Um dia, durante uma reunião em que ele
acidentalmente secretariava a ONU, o órgão decidiu repartir o território da
Palestina entre dois estados: um judeu e outro árabe. De novo a dicotomia da
história que nasceu com Abraão e seus dois filhos. Os judeus desde o final do
século IXX retornavam ao seu local de origem e viviam de forma pacífica com os
árabes que eram a maioria. A partilha da Palestina era defendida pelo
presidente norte-americano Harry Truman e, ao mesmo tempo, pelo Kremlin, que
tinha pressa em reduzir a força do império britânico no Oriente Médio, mas não
havia votos para tanto. Os judeus depois do sofrimento que lhe fora imposto por
Hitler sonhavam com sua pátria e havia uma espécie de simpatia e comoção
internacional pelo pedido. A hora era
aquela e vendo isso Osvaldo Aranha adiou a votação e depois conseguiu aprovar a
votação por 33 votos contra 13 com 10 abstenções. Uma tacada de mestre do
Aranha. Deu certo, mas novamente o conflito se antevia amplificado pela
história fratricida e sangrenta de tantos séculos.
Era só o início da guerra entre árabes e
israelenses. Ainda em 1948, quando o Estado de Israel foi instalado, forças
palestinas e de países árabes atacaram Tel Aviv. Com o fim desse conflito,
Israel passou a dominar 79% do território da Palestina, mas outras guerras
ocorreriam em 1956, 1967 e 1973. Os palestinos jamais conseguiram firmar seu
Estado, como previa a resolução da ONU. Mas é certoobrigatório dizer também que
nenhum império conseguiu aniquilar o povo judeu. Nem mesmo os árabes e nem seu
maior algoz, Hitler. E por falar em algoz Osvaldo Aranha, um brasileiro pouco
conhecido pelos brasileiros e tratado como algoz do povo árabe e herói pelo
povo judeu, morreu em 1960, sem chegar à Presidência do Brasil. De nada
adiantou sua performance internacional ou o esforço de um irmão em busca de
recursos para sua campanha presidencial. Santo de casa não faz milagres.
Nesta hora de mais um conflito entre as duas forças
que guerreiam desde Abraão, faltam aos políticos a paciência, inteligência e o
preparo diplomático de homens como Osvaldo Aranha e sobram escorregões e trapalhadas
de tipos como Celso Amorim, tido pelos seus colegas do Instituto Rio Branco como
o maior anão diplomático do mundo.
2-O ÚLTIMO PINGO
O aumento do ICMS está dando pano pra manga. Acho
que alguém do governo – dizem que foi da Casa Civil, colocou o cabrito na sala
e os deputados não alinhados com o governo ficaram como bode expiatório. Mas é
bom lembrar que mesmo das grandes derrotas ou dos enormes vacilos é possível
extrair aprendizados para a vida. Em política não se deve estar tão perto que
não possa se afastar e nem tão longe que não possa se aproximar. As derrotas mais
infames e os grandes vacilos podem ensinar muito. Lembrem-se de Augusto do
Anjos “mão que afaga é a mesma que apedreja” e Zé de Nana deixa cair o último
pingo: “sabedoria quando é muita vira bicho e engole o sabido”.
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