Domingo, 12 de dezembro de 2010 - 22h30
Fabio Arruda Mortara*
Ante o fracasso do Protocolo de Kyoto e da COP 15, na Dinamarca, e o ceticismo que permeia a COP 16, no México, antes mesmo de seu término, em 16 de dezembro, a mobilização de indivíduos, empresas e setores produtivos em prol do meio ambiente e da reversão do aquecimento terrestre ganha imenso significado. Exemplo concreto do quanto essa proatividade é viável encontra-se na cadeia produtiva da comunicação gráfica: livros, cadernos, jornais, revistas, rótulos, manuais, embalagens, envelopes, agendas, talões de cheques e cartões — produtos a serviço da cultura, da informação, do ensino, da economia, da alimentação, da saúde e da interação cotidiana dos indivíduos — têm ciclo de produção absoluta e integralmente sustentável.
É importante dar ênfase a práticas produtivas bem-sucedidas sob o ponto de vista ambiental em momentos como este, quando os holofotes realçam a Conferência do Clima que se realiza no México. É uma oportunidade de multiplicar as ações em prol da reversão das mudanças climáticas e de informar corretamente a população sobre as peculiaridades ambientalmente corretas de determinados produtos. Informar sobre isso é exatamente o propósito da Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa. São suas signatárias vinte entidades de classe integrantes da cadeia produtiva e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Objetivo do movimento é deixar claro e indubitável que cem por cento do papel produzido no Brasil para atividades de impressão advêm de florestas cultivadas. Ou seja, não se derruba um arbusto nativo sequer no País para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos ler jornais e revistas, acondicionar produtos em seguras embalagens de papel-cartão e desfrutar de todos os benefícios com que a mídia impressa contempla nossa civilização.
A despeito do advento de novos e importantes meios eletrônicos, a demanda da comunicação impressa continuará se expandindo, à proporção que as nações, como vem ocorrendo no Brasil, tenham êxito na retomada do crescimento e no desafio da justiça social. Seu crescimento, sob essas perspectivas, é inevitável, pois reflete os índices de alfabetização, a inclusão socioeconômica, a democratização das oportunidades e a universalização do acesso ao ensino público.
A produção de papel para atender a essas demandas contribui para o meio ambiente. Além de não agredir a flora nativa, as florestas cultivadas – para serem depois colhidas - são absolutamente sustentáveis. Seu manejo permite manter grandes áreas plantadas. Ademais, essas culturas retiram da atmosfera significativa quantidade de dióxido de carbono, principal causador do efeito estufa. No Brasil, por exemplo, as matas plantadas sequestram um bilhão de toneladas anuais. A cadeia produtiva da comunicação gráfica, portanto, gera benefícios para a população, já que imprimir agrega valor e fortalece cada vez mais a democratização do conhecimento. Trata-se de um exemplo do quanto é fundamental para a salubridade do Planeta que, enquanto governos discutem, a sociedade faça acontecer!
*Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é diretor da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e presidente do Sindicato da Indústria Gráfica no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP).
Camila Del Nero / Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação
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