Acordo com empresa francesa viabiliza projeto de "Recriação da Floresta"
Numa reunião realizada no sábado pela manhã, na sede do Sindicato das Micro e Pequenas Industrias de Rondônia - Simpi/RO, um dos parceiros e idealizador do projeto, com o empresário francês da indústria de tênis Taygra, Alexandre Salaun, e as presenças do presidente do Simpi/RO, Leonardo Heuler Calmon Sobral, com o presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais da Amazônia-Cooprazon, Felisbino João de Souza Santana, o economista Silvio Persivo, coordenador técnico do projeto Curupira, pequenos produtores ligados à cooperativa e técnicos do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas de Rondônia-Sebrae/RO foi acertado um acordo entre o empresário e a cooperativa para dar o passo inicial no projeto Curupira.
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O Projeto Curupira
A idéia central do Projeto Curupira que visa criar uma agenda positiva para a Amazônia pelo aproveitamento de áreas degradadas para plantar arvores, daí o nome de "Recriação da Floresta, é a de e recuperar a floresta em locais que hoje são pastos e capoeiras, ao mesmo tempo, que oferece ao pequeno agricultor uma renda fixa mensal, que hoje ele não tem, e a aposentadoria que dê a melhoria de qualidade de vida ao cidadão que o governo não dá. A grande mudança na visão do projeto é a de criar uma alternativa econômica para que o pequeno produtor possa viver plantando arvores e ter uma aposentadoria no futuro. Parte da premissa de que a Amazônia não é lugar apropriado para criação de gado, ou café ou soja. A região é própria para plantação e criação de arvores, porque sua madeira tem procura mundial acentuada e preços excelentes, muito superiores a outros investimentos.Assim qualquer investimento feito na Amazônia (gado, verdura, café etc.) não oferece o lucro que a madeira dá.
A idéia central do projeto é a de que, por um regime de cotas, os investidores comprem lotes de arvores que darão um retorno econômico de cerca de 9% ao mês para ser auferido quando do corte das arvores. O tipo de arvore a ser plantada Castanheira (Bertholletia excelsa H.B.K) foi escolhida em função de pesquisa feita pela Embrapa que já conta com 25 anos de experimento. Serão plantados em media 680 arvores por Hectare que pode ser consorciada com outras culturas ou com pequenos animais.
Quadro econômico / financeiro projetado
Anos |
Investimento total em U$ |
Nº de árvores |
Altura |
Diâmetro |
m3 por árvore |
m3 por Hectare |
Retorno ao investidor em m3/hec |
Retorno para o agricultor |
10 |
6000,00 |
312 |
10 |
0,31 |
0,7547 |
235,46 |
200,141 |
35,319 |
15 |
3000,00 |
156 |
15 |
0,42 |
2,0775 |
324,09 |
275,4765 |
48,614 |
20 |
3000,00 |
62 |
15 |
0,52 |
3,1855 |
197,50 |
167,875 |
29,625 |
25 |
3000,00 |
95 |
15 |
0,57 |
3,8276 |
363,62 |
309,077 |
54,543 |
|
U$15.000 |
625 |
13,75m |
0,45m |
- |
1120,67 |
952,57 |
168,1 |
Alt. Com= altura comercial
f.f.= fator de forma
DAP= diâmetro a altura do peito (1,30 m do solo)
Durante o tempo em que cuida das arvores, cada produtor recebe U$ 50 dólares por mês para cuidar das arvores e, na época dos cortes, tem direito a 15% da renda obtida o restante é o retorno dos investidores. O Projeto Curupira, apesar de finalizado no ano passado, por problemas burocráticos de regularização de terras e pelas exigências ambientais de planos de manejo ainda não pode ser iniciado, razão pela qual só agora com o apoio de um investidor pode dar o primeiro passo.
O Acordo
Pelo acordo feito entre a Cooprazon-Cooperativa dos Produtores Rurais da Amazônia, com a assistência do Simpi/RO e do Sebrae/RO, e a indústria Taygra serão plantadas as primeiras 3.700 arvores (o equivalente a 5 hectares) que serão a vitrine do projeto que prevê ainda a plantação de pinhão manso, para produção de biodiesel, pequenos animais com a possibilidade da futura produção de queijos cuja tecnologia e produção serão feitas por um provável intercâmbio com a França via a empresa. O investimento fixo inicial da empresa será de US$ 100 mil dólares que serão investidos gradativamente pagando a renda mensal dos produtores envolvidos (US$ 50 dólares/mês por hectare). Também a Taygra irá destinar um Euro de cada tênis vendido para subsidiar o projeto. O retorno previsto do investimento, no final de 25 anos, será de US$ 470 mil dólares para o pequeno produtor e de US$ 1.352.826,00 para o investidor. É preciso lembrar que a renda do investidor será obtida somente na época dos cortes de madeira (aos 10, 15, 20 e 25 anos) enquanto o pequeno produtor nos cortes obterá 15%, mas, em compensação aufere receita permanentemente para cuidar das arvores.
A indústria Taygra
A Taygra é uma empresa francesa especializada em sapatilhas (tênis) ecologicamente corretas que são confeccionadas artesanalmente em nylon e korino, com solado em PVC vulcanizado e antiderrapante. No Brasil possui uma fábrica em Serrano, Minas Gerais, que, anualmente, produz 50 mil pares de tênis que são vendidos na sua grande maioria na França, embora possua duas lojas no Rio de Janeiro.
Reconhecida por suas preocupações ecológicas o grande interesse demonstrado pelo projeto Curupira advém de sua análise de que se trata, indiscutivelmente, de uma nova opção para melhoria do meio ambiente. Seu investimento é aliado a uma permissão para utilizar sua participação como evidência de sua defesa do meio ambiente e, como contrapartida, irá difundir o projeto na França bem como captar novos investidores e destinar um Euro por cada tênis vendido para o plantio de novas arvores. (informações sobre o projeto :
www.amazoniarainforest.net)
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)