Sexta-feira, 7 de dezembro de 2007 - 14h20
NAP Brasil pede novamente ao Incra se manifeste quanto a registros imobiliários e terras ocupadas na região.
montezumamazonia.com.br
BRASÍLIA – Diante da prisão e tortura de 200 pessoas, o silêncio das autoridades. Contra essa situação, o Núcleo dos Advogados do Povo (NAP Brasil) divulgou relatório no qual condena a violação dos direitos humanos no Pará. Desde o dia 19 de novembro, Dia da Bandeira Nacional, durante a Operação Paz no Campo promovida pela Delegacia de Conflitos Agrários do Sul do Pará (DECA), o despejo de posseiros sob acusação de pertencerem a ‘grupos armados e de bandidagem' teve requintes de perversidade. Aprisionados, eles foram obrigados a comer pimenta com sal e cebola. Espancados, foram expostos seminus em fila indiana. Um dos sem-terra teve um cassetete introduzido no ânus.
Participaram da ação repressiva tropas regulares e especiais da Polícia Militar, entre as quais o choque, o Comando de Missões Especiais, a Polícia Civil e o Exército Brasileiro. No total, 350 homens. O comando da operação acusa a Liga Camponesa dos Pobres (LCP) de "arregimentar pessoas para invasão de propriedades e de extorsão".
"Vamos beber sangue"
“Tais operações repressivas, muito ao contrário de promover a paz, são elas mesmas parte da violência contra o povo, ou seja, o auxílio militar do Estado à classe latifundiária para dar-lhe reforço, legitimidade e institucionalidade a essa violência”, diz o documento. Encapuzados e parte deles uniformizada com desenhos de caveiras, gritavam para intimidar: Vamos beber sangue”. Carros da polícia invadiam as áreas, perseguindo homens, mulheres e crianças. "Quando queriam agredir alguém de forma direcionada, chamavam o caveira. Os caveiras são os mais bárbaros e brutais agressores”. Trabalhadores foram espancados na presença de um assessor especial da governadora Ana Julia Carepa (PT-PA).
Silêncio que atordoa
O NAP Brasil exige que o Incra tome conhecimento dos pedidos de informações quanto ao registro imobiliário e georeferenciamento das fazendas e também se manifeste quanto a autenticidade de títulos e cadeia dominial referente às áreas informadas e até ocupadas pelos movimentos sociais. Há situações de áreas improdutivas e com violações de direitos trabalhistas e ambientais. Até então, o superintendente regional do Incra nega-se a receber representantes dos trabalhadores e seus advogados. Em vez disso, funcionários da autarquia utilizam secretárias e não atendem a chamados telefônicos.
Paz no Campo vira operação de guerra
Um dos alvos da operação foi a Fazenda Forkilha (chamada de Complexo Forkilha), do falecido grileiro, fundador da União Democrática Ruralista (UDR), Jairo Andrade Bezerra. Sua área de 22 mil hectares é formada pelas fazendas Ninho das Garças, Sede, Bela Vista, Tatá, Soledade, Bacaba, Mato Dentro e Amoreiras. Dos quatro atuais proprietários da Fazenda Forkilha, um se dispôs a negociar com o Incra a solução do conflito, na presença dos próprios camponeses.
Andrade se tornou conhecido por ser mandante de assassinatos de posseiros e do advogado deles, Paulo Fonteles (em Ananindeua, no ano de 1987). “Desde 6 de julho de 2007, as terras estavam ocupadas por mais de 1 mil famílias camponesas que ali moravam, produziam e reivindicavam seu direito à terra. Anteriormente à ocupação, foram feitas várias reuniões, com a presença de dezenas de professores, sindicalistas e ativistas sociais, além de audiências com autoridades do Judiciário e do Incra. O próprio Incra, após a ocupação, foi oficialmente à Fazenda Forkilha e ali cadastrou mais de 400 famílias para o Programa de Reforma Agrária”, revela o relatório do NAP Brasil.
Horror e tortura na região conflagrada
Abusos para a Ouvidoria Agrária e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos investigarem:
▪ As tropas obrigaram algumas pessoas a ingestão forçada de pimenta com sal e cebola, causando danos graves ao sistema digestivo.
▪ Pessoas foram amarradas e arrastadas.
▪ Introdução de cassetete no ânus de um trabalhador.
▪ Um sem-terra teve a orelha inteiramente cortada de tanto levar pancadas na cabeça.
▪ Outro foi forçado a segurar uma granada aberta enquanto lhe agrediam, de modo que, se não entregasse outras pessoas, continuaria sendo agredido, e, se soltasse a granada, ela explodiria.
▪ Houve exposição pública das pessoas semi-nuas e em fila indiana.
▪ Os mandados de prisão preventiva existentes eram baseados em nomes e apelidos vagos, como Azulão, Pé de Ferro, Buchada, sem outra identificação.
▪ O defensor público regional ajuizou pedidos de relaxamento de prisão para 22 dos encarcerados. Estão pendentes de julgamento.
Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião
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