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Meio Ambiente

Aplicação de pesquisa da Unir beneficia famílias do setor rural de Porto Velho

A instalação de biodigestores, que produz combustível e fertilizante, contribui para agregar renda às famílias


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A mudança climática é na atualidade, um dos principais desafios para a sociedade moderna, resultado de agravos como a disponibilização de gases de efeito estufa, desmatamento e as queimadas, que alteram a dinâmica econômica, ambiental e social do planeta. A parcela da população mais impactada é a que se encontra em situação vulnerável economicamente, entre ela estão os pequenos produtores da Amazônia, que precisam vencer este desafio com soluções de baixo custo. Por outro lado, as soluções devem ter referências baseadas no Desenvolvimento Sustentável (DS), que é o equilíbrio entre os aspectos econômicos, social e ambiental.

O Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável (GPERS) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) implanta projetos de Energia Renovável Sustentável em pequenas propriedades, condizente com o DS e uma das propostas é a instalação de biodigestores: um equipamento de baixo custo, que produz biogás e biofertilizante, que podem tanto facilitar as atividades rotineiras de quem vive na área rural quanto agregar renda às famílias.

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No último final de semana foi a vez do produtor rural Graciano de Albuquerque Soares, morador da Linha do Cafezinho, na estrada dos Periquitos, na zona Leste de Porto Velho, receber a instalação de um biodigestor de 200 litros, na chácara da família.

Graciano Soares explica que em sua casa, o insumo produzido será usado em substituição à lenha – utilizada no fogão - e também, como biofertilizante para fortalecer a produção de hortaliças e combater pragas nas verduras produzidas na chácara. “Estou muito animado”, disse Graciano. “Teremos redução de gastos, o investimento retorna em aproximadamente quatro meses e podemos investir o dinheiro em outra coisa”, completou Graciano, que participou ativamente da instalação do biodigestor juntamente com a esposa, Tatiane Bandeira.

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Sebastiana Claudia Albuquerque Soares, irmã de Graciano, é acadêmica de Licenciatura em Educação do Campo, em Rolim de Moura, interior de Rondônia e pesquisa o uso de biodigestores na agricultura familiar, metodologia que será tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. Ela acompanhou todo o processo de instalação do biodigestor na casa do irmão, certa de que trará benefícios para a família de seis pessoas, que residem no local. “Considero o alcance desse projeto magnifico, é uma ação que contrapõe o capitalismo: as famílias não mais precisarão usar gás ou lenha, porque geralmente produzem animais na propriedade, ou seja, já têm a matéria prima. Já consigo imaginar quantas famílias serão beneficiadas”, destacou.

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O trabalho de instalação do biodigestor foi orientado e acompanhado por Artur de Souza Moret, professor da UNIR e doutor em energia. Ele detalhou que a aplicação, na prática, de projetos que beneficiam produtores rurais e comunidades desassistidas pelo poder público fazem parte do escopo de atuação do GPERS/PGDRA/UNIR. “Buscamos sair do âmbito da pesquisa bibliográfica e aplicar os métodos na prática, de maneira a alcançar a comunidade. Muitas vezes as pessoas são beneficiadas com pequenas mudanças ou aplicação de metodologias simples do ponto de vista da pesquisa, mas que geram resultados extremamente positivos no cotidiano e em suas vidas”, disse. Moret explicou que o biodigestor instalado na casa de Graciano Soares utiliza esterco de gado que é abundante na região. “Vale destacar que a lenha, que é usada na cozinha da família, é uma matéria prima escassa. O biodigestor além de usar matéria prima que já existe, de maneira farta na natureza, contribui com a redução de impactos ambientais, ou seja, é um método, simples, econômico e sustentável porque recupera o metano (biogás) para queima e que se ficasse na natureza seria lançado na atmosfera como gás de efeito estufa”, finalizou Moret.

BIODIGESTOR

O sistema é composto de bombonas com tampa, mangueiras e registros para uso em fogões a gás. A mistura tem a mesma proporção de água e esterco, que depois de homogenizada é colocada na bombona, que ao final é totalmente lacrada, para que não entre ar. Em sete dias o biodigestor começa a produzir biogás até o 40º dia e finalizando o processo em 45 dias. A mistura que sobra é biofertilizante, que pode ser utilizada em qualquer plantio. O custo é de aproximadamente R$ 350,00, preço dos galões e acessórios, e o tempo de instalação, trabalho voluntário é de cerca de quatro horas, . Famílias rurais que tenham interesse de instalar o sistema em suas propriedades podem entrar em contato por meio do e-mail: gpers@unir.br.

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