Quinta-feira, 22 de abril de 2021 - 11h07
A Assembleia Legislativa aprovou na noite dessa terça-feira, 20, o
Projeto de Lei Complementar (PLC) 080/2020 que altera os limites da Reserva
Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual de Guajará-Mirim, cria o Parque
Estadual Ilha das Flores, O Parque Estadual Abaitará, a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Bom Jardim, a Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Limoeiro, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio
Machado e a Reserva de Fauna Pau D´Óleo. O projeto aprovado também revoga
o artigo 8-A da Lei Complementar 633, de Setembro de 2011, bem como a Lei
1.146, de 12 de dezembro de 2002.
De autoria do governo do Estado, a matéria recebeu emendas,
adequando e ajustando, de acordo com a necessidade de cada área, buscando o
equilíbrio entre o meio ambiente e a questão social, garantindo que quem
trabalha possa ter garantida a sua atividade, e foi aprovado em duas votações,
seguindo agora para a sanção do governo do Estado.
O polêmico projeto gerou muita discussão entre os parlamentares pela
necessidade de ajustes que pudessem contemplar as reivindicações da população.
Na primeira tentativa de votação na semana passada, os deputados não
conseguiram um consenso sobre as emendas necessárias e o projeto foi retirado
de pauta a pedido do governo do Estado. Nesta semana, depois de ampla discussão
com os órgãos do governo, o presidente da Assembleia deputado Alex Redano
(Republicanos) voltou a inserir na pauta da sessão ordinária, sendo votado em
dois turnos. Por se tratar de um projeto de Lei Complementar, foi necessária a
votação nominal por parte dos parlamentares. Na primeira votação o PLC 80
recebeu 17 votos favoráveis e na segunda foi aprovado com 18 votos.
De acordo com o relator do projeto, Deputado Jean de Oliveira (MDB)
trata-se de uma matéria que estava na casa desde o ano passado e passou por
muitas discussões, audiências públicas, onde foi oportunizado ouvir todos os
lados interessados, aqueles que defendem o meio ambiente como Organizações não
governamentais (ONGs) e associações, como os produtores e associações de
produtores rurais que hoje estão ocupando espaços de terra nas atuais unidades
de conservação.
“É fato que uma matéria como esta é praticamente impossível de
agradar a todos. Fazer juízo de valor é muito delicado. Nós vivemos em um momento
em que o apelo pelo meio ambiente é muito forte. Um momento em que a busca por
oportunidade de trabalho para o sustento das famílias também é muito grande.
Tentando o equilíbrio entre o social e o ambiental, levando-se também em
consideração a importância da economia é que a gente chega ao tripé da
sustentabilidade, mas encontrar esse meio termo não é fácil. Somos seres
humanos e conseguir, em meio a um momento como este de pandemia onde não
podemos fazer reunião in loco, onde não se pode aglomerar, dar um parecer em
uma matéria de extrema relevância é muito difícil, mas destaco a coragem do
governador Marcos Rocha (Sem partido) de encarar esse problema de frente, mas
era uma necessidade e o que nos levou a dar um parecer favorável é que a área
discutida já é uma área antropizada há muitos anos. É um assunto que já foi
discutido muitas vezes nessa casa e que precisa de uma decisão para possamos
preservar o pouco de floresta que ainda resta nessas regiões. A cada momento em
que uma decisão como esta é protelada, mais o meio ambiente se agrava, mais o
meio ambiente se degrada. É isso que os ambientalistas precisam entender e
compreender, pois jamais uma área de pastagem voltará a ser uma área de
floresta. Foi esta sensibilidade que nos levou a dar o parecer favorável, pois
sabemos que retirar as pessoas lá de cima não resolverá o problema ambiental”,
destacou Jean.
Para o deputado emedebista, o que o Estado fez foi encontrar uma forma
de compensar isso tudo, com a criação de outras unidades de conservação.
“Nenhum deputado aqui é favorável a criação de unidade de conservação, mas
infelizmente se faz necessário para ter um equilíbrio, pois não existe uma só
norma vigente neste país, ou neste estado, que se obriga a criação de uma
Unidade de Conservação para compensar outra. Isso está sendo feito utilizando o
bom senso para que a gente possa ter o equilíbrio e dar esperança a essas
pessoas que estão lá e ao mesmo tempo renovar a esperança de futuras gerações,
criando outras áreas de conservação. O que estamos fazendo aqui é apenas
mudando a categoria de unidade de conservação para uma zona de produção com
responsabilidade ambiental para a área de floresta que ainda resta, mas na
prática estamos resolvendo um problema que se desenvolveu ao longo do tempo sem
que o Estado se preocupasse com o que vinha acontecendo, que existiam pessoas
lá e que a longo do tempo isso foi se desenvolvendo e ninguém fez nada. Hoje o
que estamos fazendo aqui é apenas regularizar uma situação que carece de uma
resolução urgente. Nós não estamos dando aval ao desmatamento, estamos apenas
delimitando o que sobrou de área de conservação para que possamos preservar”,
destacou ao apontar parecer favorável ao projeto com as emendas recebidas.
O Deputado Cirone Deiró (Podemos) destacou tratar-se de um projeto
esperado há mais de 20 anos pelas famílias que vivem dia e noite na dúvida de
serem donas ou não daquelas terras. Quero parabenizar o governador Marcos Rocha
pela coragem de encaminhar esse projeto à Assembleia Legislativa e o presidente
Alex Redano por pautar essa discussão e votação. O Deputado apresentou um
relatório de pesquisa onde aponta que no local onde está sendo feita a
desafetação não existe atividade de extrativismo, mas de produção rural. O
deputado afirma que “a aprovação do projeto faz justiça às pessoas que estão no
local há décadas produzindo o seu sustendo e ajudando na economia do estado.
São pessoas que acreditaram no Estado de Rondônia, no desenvolvimento e na sua
força de trabalho para poder ter um pedaço de chão para viverem”.
Para o ex-presidente da Assembleia deputado Laerte Gomes (PSDB) o
deputado Alex Redano por cumprir o compromisso de colocar o projeto em votação,
resistindo a pressões para retirar o projeto de pauta, honrando a palavra de
votar o projeto, que vai beneficiar vários municípios de Rondônia, como
Buritis, Nova Mamoré, Guajará, Porto Velho, entre outros. “Esse é o primeiro
passo de uma longa luta que ainda teremos pela frente, mas é essencial para as
famílias e para o próprio meio ambiente. Destaco o empenho do governador em
encaminhar o projeto para votação enquanto diversos outros governadores que
assumiram o compromisso e não o fizeram. A aprovação desse projeto é uma
resposta a esses homens e mulheres que fazem o nosso estado crescer e
acontecer. O nosso maior patrimônio são os nossos produtores rurais que merecem
aplausos pois desbravaram este estado e estão fazendo Rondônia ser grande e
respeitado”.
O deputado Chiquinho da Emater (PSB) disse que foi uma noite de
felicidade. “Uma noite para ver o produtor rural de Rondônia a viver em paz. É
isso que eles buscam é isso que estamos garantindo a esse pessoal que foi tão
perseguido ao longo do tempo. Estamos fazendo aqui justiça para o produtor
rural do estado. Agora temos o projeto de zoneamento (PLC 85) que já está nessa
casa e também será colocado em pauta para votação, dando legalidade e segurança
para o povo de Rondônia”, disse.
O líder do governo, deputado Luizinho Goebel (PV) destacou o empenho dos
servidores do governo do estado, do governador Marcos Rocha e dos 24 deputados
para tornar o projeto uma realidade, justo, para ser votado. “Foram meses de
trabalho, mas sabemos do tamanho da responsabilidade, pois um erro poderia ser
fatal para esse projeto e estaríamos prejudicando milhares de pequenos produtores
rurais do nosso estado. Nós reconhecemos que o esteio da economia de Rondônia é
o homem e a mulher da roça, o povo da mão calejada e é pra esses que nós
devemos a obrigação de apoiar em todas as ações necessárias para que eles
continuem no campo produzindo, trabalhando, gerando riquezas para o nosso
estado e levando dignidade para as suas famílias”, destacou.
Para o presidente da Assembleia, Alex Redano, a votação e aprovação do
Projeto de Lei Complementar 080 é uma grande vitória para Rondônia. “Uma
vitória para as famílias dos produtores rurais, uma vitória para a economia do
estado, para o meio ambiente e uma vitória do desenvolvimento. Os produtores
rurais são a nossa base, são eles que colocam a comida na mesa do nosso povo, a
produção rural do estado faz a nossa economia girar e merece o nosso total
respeito e reconhecimento. Quero parabenizar aqui todos os deputados estaduais
que se envolveram na discussão deste importante projeto. Foram meses de
discussão, de ajustes, de formulação e discussão de emendas, de muito estudo,
mas conseguimos colocar em pauta e aprovamos com sucesso. É um reconhecimento
ao trabalho do nosso produtor rural e um cuidado com o meio ambiente. Estamos
dando a oportunidade para que o estado possa cuidar melhor da parte florestal e
também garantindo a segurança do produtor rural numa região já antropizada há
muitos anos. Estamos resolvendo um problema de décadas e garantindo ao estado e
ao setor produtivo uma nova oportunidade de fazer a coisa certa, obedecendo
limites e respeitando o meio ambiente. Obrigado a todos pelo empenho, paciência
e dedicação. Hoje é um dia histórico para o nosso estado e tenho muito orgulho
em poder dizer que junto com meus colegas deputados ajudei a alavancar uma nova
realidade para o desenvolvimento do nosso estado”, destacou.
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