Sexta-feira, 23 de outubro de 2015 - 12h50
A região brasileira mais extensa é a Norte, sua área corresponde a 42% do território nacional. Nessa região também se encontra a maior floresta tropical do mundo e a maior reserva de biodiversidade do planeta, a Floresta Amazônica. Ela abrange aproximadamente 80% da Região Norte, sendo a principal responsável pelo clima no Brasil.
O clima da região é o equatorial úmido, caracterizado por elevadas temperaturas e grande quantidade de chuvas ao longo do ano. O Norte do Brasil apresenta importante heterogeneidade espacial e sazonal da pluviosidade, e possui o maior total pluvial anual do país. Apesar disto, em termos climáticos, na região temos basicamente duas estações: a estação seca, que ocorre no outono/inverno; e a estação chuvosa, que está compreendida entre a primavera e o verão. A região central, sudoeste e leste da Região Norte apresentam estação seca bem definida.
As características climáticas/meteorológicas da região são influenciadas por linhas de instabilidade - que são formações de nuvens carregadas de chuva no sentido linear -, e fenômenos associados à condensação do ar úmido trazido pelos ventos de leste da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é uma faixa de nuvens de tempestades, que circunda o globo próximo à linha do equador. O aquecimento ao longo do dia, associado com a alta umidade do ar, favorece a ocorrência de chuvas no fim do dia. Assim, as chuvas de convecção ou de "hora certa", são características da região.
O clima e a vegetação possuem uma relação de mão dupla nessa região. O clima influencia na floresta, pois com temperaturas elevadas, há abundante quantidade de chuvas, permitindo a proliferação de uma imensa diversidade de plantas. Em contrapartida, a floresta contribui diretamente no clima, favorecendo umidade para altos índices pluviométricos. Tal influência acontece devido à evapotranspiração das plantas. Quando elas transpiram formam-se gotículas de águas sobre elas e, então, com o processo de evaporação, a água contida nas plantas vai para a atmosfera, favorecendo a formação de chuvas. Aproximadamente 50% da umidade que se transforma em chuvas é proveniente da floresta. E a importância dessa umidade se reflete em todo país, onde fenômenos como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) dependem enormemente da manutenção de vapor d'água na atmosfera nessa região.
O conhecido e famoso fenômeno El Niño - fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical - também possui influência no clima dessa região. Em anos de El Niño ocorre uma tendência da diminuição de chuva na Amazônia do Norte. Isso acontece, pois, os ventos alísios - ventos originados do deslocamento das massas de ar no globo, juntamente com um efeito ocasionado pelo movimento de rotação da Terra -, são mais fracos, reduzindo a umidade que penetra no interior da região Amazônica.
Visto isso, conhecer o clima das diferentes regiões do Brasil é vital para as atividades tanto locais como nacionais. Os pontos fortes da Região Norte, como as atividades de pecuária e agricultura, turismo, além do setor industrial - tendo como referência a Zona Franca de Manaus - devem ser maximizados com os estudos do clima. Um país como o Brasil, com grandes extensões territoriais, possui diferentes climas, e assim se faz necessário planejamento a curto e/ou longo prazo, para um melhor aproveitamento de recursos naturais, tão abundantes na Região Norte, e para o auxílio dos planos de demanda de diferentes atividades.
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