Terça-feira, 1 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Causa de aumento de focos de queimada em 150% neste ano não é climática


 

Agência Brasil  – Em 2010, cerca de 46 mil focos de queimadas foram registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em todo o país. O número representa aumento de aproximadamente 150% em relação aos focos detectados no ano passado. Apesar deste ano ter temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa e menos chuvas do que 2009, não se deve creditar o aumento de incêndios às causas climáticas, de acordo com a pesquisadora do instituto, Karla Longo.

“O fato de termos uma estação seca e outra úmida, é natural, mas uma estação de queimadas é opção do país. As pessoas assumem essa sazonalidade como normal, o que não é verdade”, diz a pesquisadora. Segundo ela, 99% das queimadas são provocados. As condições atmosféricas favorecem os incêndios, mas as principais causas são econômicas e culturais.

De acordo com Karla, é muito comum colocar fogo na vegetação nesta época do ano. Na Amazônia, por exemplo, a quantidade de água na vegetação é alta, por isso agricultores e pecuaristas da região derrubam a mata, esperam secar e, quando o clima fica mais propício, justamente na estação mais seca, colocam fogo completar o desmatamento da área.

Segundo ela, o modelo de produção agrícola e pecuária extensiva, bastante adotado no Brasil, contribui para esse tipo de desmatamento. Além disso, colaboram alguns hábitos da população. “É comum pessoas que colocam fogo na sujeira depois de varrer o quintal ou que jogam bituca de cigarro na estrada”.

A pesquisadora explica ainda que, com a propagação de incêndios, aumenta a concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera, o que traz prejuízos econômicos e ambientais. “Há redução da produtividade agrícola e alteração do ciclo da água. Estudos feitos no Acre e em Mato Grosso associam o número de internações hospitalares à concentração de fumaça na atmosfera”, observa Karla.

No mês de agosto, a Região Norte foi responsável pela maioria das queimadas (65%) e chegou a registrar a emissão de 23 milhões de toneladas de monóxido de carbono. Do total, o Inpe estima que apenas 10% seja proveniente de emissões industriais e de veículos. A concentração mais alta é a do estado do Pará, seguido de Mato Grosso e Rondônia.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 1 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Rio Madeira registra 16,60 metros e se aproxima da cota de inundação

Rio Madeira registra 16,60 metros e se aproxima da cota de inundação

Na manhã desta terça-feira (1º), o rio Madeira atingiu a marca de 16,60 metros em seu nível, apresentando uma elevação de 7 centímetros durante a madr

História do movimento de permacultura em Rondônia será contada em documentário contemplado com a Lei Paulo Gustavo

História do movimento de permacultura em Rondônia será contada em documentário contemplado com a Lei Paulo Gustavo

O movimento chamado Projeto Terra Cura que há quase nove anos desenvolve atividades de educação ambiental no âmbito da permacultura (cultura da per

Atuação do MPF garante sinalização com informações para preservação da Estação Ecológica Cuniã em Rondônia

Atuação do MPF garante sinalização com informações para preservação da Estação Ecológica Cuniã em Rondônia

Em cumprimento a um acordo celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e o município de Porto Velho (RO) , a prefeitura informou à Justiça F

Gente de Opinião Terça-feira, 1 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)