Sexta-feira, 24 de julho de 2015 - 05h16
A ordem é não queimar. Rondônia conseguirá livrar do fogo e da fumaça pelo menos às margens de suas rodovias? A formação de aceros prevalece na conscientização de proprietários rurais, mas a contratação de brigadistas pelas prefeituras dos municípios com maior índice de focos será inadiável.
Acero é o desbaste de um terreno em volta de propriedades para impedir a propagação de incêndios.
Reunido ontem, quinta-feira (23), na sede do Ministério Público Estadual, o Comitê de Prevenção, Proteção às Áreas Ambientais e Combate a Incêndios Florestais decidiu notificar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a providenciar o levantamento de propriedades rurais que margeiam rodovias federais, enquanto a Eletronorte usará a conta mensal de energia elétrica para alertar proprietários a respeito das consequências do fogo.
“Dez anos atrás, a solução era controlar a queima para evitar o pior com transportadores de combustíveis; hoje existe o risco de o motorista de carga de madeira passar pela nuvem de fumaça e também se acidentar”, analisou o inspetor da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia, João Bosco Ribeiro da Silveira.
PRF e DNIT serão oficialmente chamados a impor rigidez na orientação de limpadores terceirizados por empreiteiras e usar abafadores que seriam confeccionados por reeducandos do sistema prisional do estado. A utilização da mão de obra desse pessoal depende ainda da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), com anuência da Vara de Execuções Penais.
As brigadas serão organizadas por bombeiros, agentes do Ibama e do ICMBio, anunciou o comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia, coronel Sílvio Rodrigues. O secretário municipal de meio ambiente de Porto Velho, Edjales Benício, confirmou que a prefeitura contratará brigadistas até agosto próximo.
“Na região da usina hidrelétrica de Samuel, fazendeiros repetem queimadas a cada ano”, queixou-se o superintendente-adjunto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Fernandes Abreu.
OS 15 MAIORES FOCOS EM JUNHO
Dos 1,5 mil focos de calor detectados em junho, 340 foram do município de Porto Velho [34,82 mil quilômetros quadrados]. A situação também é preocupante no distrito de Nova Dimensão (Nova Mamoré) e no município de São Francisco do Guaporé.
Todos os satélites apontaram [pela ordem] os seguintes municípios como maiores detentores de focos de queimadas no mês de junho: Porto Velho, Candeias do Jamari, Nova Mamoré, Machadinho do Oeste, Cujubim, Alto Paraíso, Rio Crespo, Vilhena, Alta Floresta do Oeste, Ariquemes, Itapuã do Oeste, Primavera de Rondônia, Buritis, Guajará-Mirim e Pimenta Bueno. “É a visão de um período de 40 dias, que poderá se alterar”, explicou o tenente-coronel Lindoval Leal, referindo-se ao histórico de cada município.
“Queimada não pode, licença precária não existe. Não há situação excepcional para se praticar o crime”, advertiu a promotora de Justiça do Meio Ambiente Aidee Maria Moser Torquato Luiz. “Em vez de queimar para abrir pastagens, vendam um pouco do gado e utilizem outra técnica de aproveitamento de áreas”, ela sugeriu aos fazendeiros.
“O preventivo que mais funciona ainda é a multa, que se reverte em combate a incêndios e queimadas. Eu penso que o fogo controlado se descontrola “, comentou o comandante Rodrigues.
O comandante lamentou a ausência na reunião, de alguns órgãos estaduais e federais e de entidades de classe ligadas ao campo. “São 19 órgãos participantes do Comitê, mas a gente ainda não conseguiu definir como se dará a campanha prevista para o período, porque alguns deles não informaram seus titulares, tampouco os suplentes”, disse ele.
AÇÕES
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) confirmou que cederá veículos para trabalhar nos municípios mais críticos. Para a próxima reunião no Ministério Público Estadual, ele espera a presença de representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro.
A mídia preventiva, “do adesivo ao rádio” será organizada pela Superintendência Estadual de Comunicação Social do Governo de Rondônia e Corpo de Bombeiros. Um vídeo institucional mostrará a gravidade causada pelo fogo provocado, anunciou o comandante dos bombeiros.
Com 80 escritórios no estado e programa de rádio com grande audiência no campo, a Emater será mobilizada nessa campanha.
“A partir de hoje, estamos no esforço concentrado para fortalecer parcerias”, apelou Rodrigues. Ao Sipam, Unir, Emater, Sedam e demais órgãos, Rodrigues recomendou “a busca de sintonia de linguagem para avaliação dos focos”.
Ele justificou: “A fumaça que vem de Humaitá (AM), por exemplo, não é originária daqui, mas poderá confundir quem não estudá-la corretamente”. Na Amazônia Ocidental Brasileira é assim: às vezes a fumaça vem do Acre ou do Amazonas para Rondônia, e vice-versa.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça e Marcela Ximenes
Decom - Governo de Rondônia
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