Sexta-feira, 13 de setembro de 2024 - 08h00
Uma situação que pode ser considerada quase como de
“guerra”. Esse foi o quadro levado ao conhecimento do presidente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
Rodrigo Agostinho e sua equipe técnica de combate aos incêndios no Brasil, por
uma comitiva de autoridades de Rondônia, na manhã desta quinta-feira (12), na
sede do órgão em Brasília. Gilmar Oliveira, secretário adjunto da Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam); cel. BM Nivaldo, comandante-geral
do Corpo de Bombeiros Militar e coordenador da Defesa Civil de Rondônia e o
cel. PM Braguin, comandante-geral da Polícia Militar, retrataram a situação
emergencial em Rondônia, por conta de queimadas e da seca hídrica e solicitaram
um apoio maior do órgão ambiental.
O cel. Nivaldo, ressaltou que, apesar dos esforços
terrestres no combate aos focos de incêndios, há a necessidade de uma estrutura
aérea, tanto para o deslocamento das equipes em distâncias maiores, quanto para
a prevenção de crimes ambientais. “Um helicóptero se torna fundamental nesse
momento para que possamos ter mais agilidade nos trabalhos de localização e
combate às áreas afetadas” afirmou.
Segundo Nivaldo, as duas áreas mais prejudicadas no momento
são as do Parque Guajará e da Reserva Soldados da Borracha. Essas áreas foram
consideradas como prioritárias no combate aos focos de incêndio. O coordenador
da Defesa Civil relatou que moradores que tinham sido retirados dessas áreas de
preservação, em represálias, espalham combustível e tocam fogo na mata, o que
pode e deve ser considerado como terrorismo ou guerrilha rural.
Gilmar Oliveira, adjunto da Sedam, pediu urgência nas ações de retorno do Ibama, já que, pelo que consta nos boletins meteorológicos, a seca ainda vai se prolongar até meados de dezembro, mesmo com a chegada de algumas “pancadas de chuva”.
SEGURANÇA
Ao reforçar o apelo de ajuda imediata ao estado, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Braguin, salientou que a PM está envidando todos os esforços para o trabalho em conjunto com os órgãos estaduais no combate aos incêndios. “Muitas vezes, uma viatura que debelou um foco de incêndio urbano volta para abastecer e é avisada que o fogo voltou. Ao chegar, é informada que moradores atearam fogo do outro lado do terreno”, afirmou Braguin.
Um documento contendo 21 itens de combate a incêndios, que vão desde luvas especiais a drones com sensores térmicos foi entregue a Rodrigo Agostinho, que se comprometeu a verificar o mais rápido possível a disponibilidade nos estoques do Ibama para atender Rondônia.
Áreas afetadas e controle efetivo
De acordo com Gilmar Oliveira, o estado está monitorando de perto as áreas consideradas de maior risco e que estão recebendo uma maior atuação por parte das brigadas. Além do Parque Guajará e Soldados da Borracha, estão listadas as localidades: Ponta do Abunã, União Bandeirantes, Nova Dimensão, Vila Samuel, Cujubim e Campo Novo.
Foi relatado também ao presidente do Ibama que com uma fiscalização efetiva e com condições técnicas, a situação pode apresentar um quadro diferenciado. Um exemplo citado pelo coordenador da Defesa Civil foi a de que, após o envio de tropas de diversos órgãos, inclusive Polícia Federal para o Parque Estadual de Guajará, os focos de incêndio, que no mês de agosto chegaram a 464, apresentaram do dia 1 a 4 de setembro, apenas 4 ocorrências e que no dia de hoje, 12 de setembro está em número de 18.
Agostinho explicou aos presentes que o Ibama depende muito de dotações orçamentárias de outros órgãos, como por exemplo o Ministério da Defesa. Nesse sentido Gilmar Oliveira, disse que oficializará o pedido para uma reunião urgente com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Casa Civil, Defesa Civil Nacional e outros órgãos envolvidos com as queimadas no Brasil, em busca de parcerias.
Ao final do encontro a comitiva de Rondônia recebeu a informação de que estão sendo finalizados procedimentos para o envio de um helicóptero que ficará baseado em Porto Velho e que servirá para o deslocamento das equipes. Também está previsto o envio de um avião pressurizado, com capacidade para 17 passageiros, que atenderá, não só Rondônia, como toda a Amazônia brasileira.
O comandante-geral da Polícia Militar também presenteou o presidente do Ibama e sua equipe com a moeda institucional da Polícia Militar de Rondônia, usada para agraciar autoridades pelo apoio ao estado de Rondônia.
Participaram também da reunião, Flávia Saltini e Lawrence Nóbrega, do departamento de combate aos incêndios do Ibama, denominado “Pré-fogo”.
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