Segunda-feira, 12 de março de 2012 - 22h13
Manacapuru (AM) – Monitoramento intensificado neste mês por instituições de pesquisa e órgãos públicos federais do Brasil e da França indica que a bacia Amazônica terá uma cheia de grande porte em 2012. Para o geólogo Naziano Filizola, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e integrante do grupo de estudos, a cheia deste ano pode ficar entre as 10 maiores da série histórica.
“O nível do rio Solimões está elevado para o período, mas ainda não dá para dizer que será uma cheia recorde. A gente pode estar tendo uma antecipação. O que é preocupante é que ela pode ficar alta e permanecer lá em cima durante muito tempo até junho. Isso prejudicaria a população”.
As sistemáticas medições feitas nas réguas instaladas em estações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no Amazonas apontam que o rio Solimões vem apresentado níveis elevados para o período, superiores em grande medida em relação a 2011 e razoavelmente superior em relação a 2009, ano da maior cheia.
Medição realizada, no último sábado, na estação de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus) e acompanhada pela reportagem do jornal A CRÍTICA, apontou que a cota estava em 17,45 metros, superior aos valores registrados na mesma data de 2009, que foi de 17,19 metros.
“Tudo está indicando para uma cheia grande. O Solimões vem recebendo água dos seus afluentes, Purus e Juruá. Tem chovido muito em São Gabriel da Cachoeira e estas águas vão chegar a Manaus. É bom que chova agora por lá porque vai descer para Manaus e escoar para o oceano para que não haja uma coincidência de picos”, observou Marco Antônio Oliveira, superintendente da CPRM.
Jean Loup Guyot, representante no Brasil do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDR), da França, que desenvolve estudos de variabilidade climática na bacia amazônica, também concorda que está sendo esperada uma cheia “muito forte”.
O registro de eventos climáticos extremos na Amazônia tem sido alvo de estudos de várias instituições de pesquisa, mas as causas de suas ocorrências ainda não estão completamente esclarecidas pela ciência.
“Há uma extensa discussão se as causas são frutos da uma variação natural do clima ou se estes eventos têm impacto do aquecimento global. O certo é que séries históricas indicam que estes eventos eram pouco frequentes no passado e hoje estão mais normais", avaliou Guyot.
Pesquisa mais completa
Equipes de diferentes instituições trabalham para entender a ocorrência de eventos extremos
Equipes da Universidade Federal do Amazonas, do Instituto de Desenvolvimento de Pesquisa (IDP), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Agência Nacional de Água (ANA) desenvolvem, em estágios diferentes, modelos de estudo na bacia amazônica. A CPRM acompanha as ocorrências de cheias e vazantes extremas para ter um melhor entendimento sobre o comportamento do rio, realizando medições nas estações nos municípios de Coari (Solimões), Beruri (Purus), Manacapuru (Solimões), Manaus (Negro) e Itacoatiara (Foz do Madeira e rio Amazonas).
O projeto da Ufam e do IDP monitora a bacia hidrográfica amazônica em escala continental e gera um banco de dados sobre as condições do rio. Entre os trabalhos estão as coletas de sedimentos vindos da Cordilheira dos Andes. O coordenador da coleta de dados de sedimentos, Naziano Filizola, explica que o estudo ajuda a entender se a ocorrência de sedimentos (silte e argila, por exemplo) é resultado de um processo natural ou de interferência da ação humana - como dragagens fluviais ou metais pesados de garimpo.
Uma das análises mais recentes desenvolvidas pelo grupo é saber se há conexão entre a construção do complexo de barragens na bacia do rio Madeira e ocorrência de sedimentos no baixo rio Amazonas. "Será que este sedimento depositado vai diminuir a quantidade que vai passar pelo Madeira e chegar ao rio Amazonas? Será que a diminuição não pode causar, por exemplo, redução na quantidade de nutrientes que alimentaram as várzeas? Este estudo pode ajudar a entender isto", destacou.
FONTE: A CRÍTICA.COM / ELAÍZE FARIAS / MANAUS
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