Sábado, 21 de junho de 2008 - 07h45
Os dois governadores negaram crescimento do desmatamento e reclamaram de propostas de Minc
Eugênia Lopes - Agência Estado
BRASÍLIA - O depoimento na última quinta-feira, 19, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável dos governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), transformou-se em um palanque para críticas à política federal de preservação ambiental. Em uma audiência que contou com a presença apenas de parlamentares ligados à produção rural, os dois governadores negaram o crescimento do desmatamento em seus Estados e reclamaram da proposta do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de apreender gado em propriedades ilegais na Amazônia, o chamado "boi pirata".
"Certamente teremos a elevação dos preços agropecuários com essa medida", ameaçou Maggi. "A carne, o arroz que hoje são caros vão ficar mais caros", disse Cassol. Na audiência, Maggi tentou rebater os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que apontam o desmatamento no Estado. Ele exibiu transparências que mostram que, entre 2003 e 2007, houve "uma diminuição de 80% em área desmatada" em Mato Grosso. "Mato Grosso não tem acelerado o desmatamento", garantiu o governador, que é um dos maiores produtores de soja do Brasil.
Tanto Maggi quanto Cassol condenaram a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de proibir crédito para agricultores que promoveram desmatamento. A medida entra em vigor no mês de julho.
"Tirar crédito dos proprietários é asfixiar a economia privada", disse Maggi. Cassol aproveitou para criticar a política de assentamento do atual governo. "Se querem coibir o desmatamento, o governo tem de parar de assentar sem terra na região amazônica e parar de dar bolsa família", disse Ivo Cassol, ao afirmar que o Incra "tem estimulado" invasões de terra em seu Estado.
Afinados nas críticas ao governo federal, os dois governadores divergiram, no entanto, sobre as fontes de financiamento para ações de preservação ambiental. Cassol defendeu a criação de um imposto específico para "indenizar e compensar os pequenos proprietários para que eles possam ser os guardiães da floresta". Seria uma contribuição, semelhante à Contribuição Social para Saúde (CSS), que está em votação na Câmara. "Hoje todo mundo grita, mas ninguém nos ajuda", disse Cassol. Blairo Maggi é contrário à criação da nova contribuição. "Acho que os recursos devem vir da comunidade internacional. O mundo deve pagar pela preservação", disse o governador de Mato Grosso.
Cassol e Maggi aproveitaram ainda para reclamar da atuação da Polícia Federal em seus Estados na defesa do meio ambiente, em especial a operação "Arco de Fogo", de combate ao desmatamento na Amazônia. "A PF se excedeu algumas vezes", afirmou Maggi. "Gastam R$ 186 milhões para pagar diárias e dar mordomias para o pessoal que faz essa operação. Deviam é por esse pessoal para coibir a entrada de drogas e armas na fronteira", defendeu Cassol.
Durante o depoimento, o deputado Sarney Filho (PV-MA) foi o único que tentou pôr os dois governadores contra a parede e cobrou ações mais firmes contra o desmatamento. Os demais presentes ficaram elogiando a ação dos dois governadores, ao mesmo tempo em que criticavam a atuação da ex-ministra Marina Silva (PT-AC). Os deputados Valdir Colatto (PMDB-SC) e Wellington Fagundes (PR-MT) aproveitaram a audiência para reclamar com Ivo Cassol da invasão de suas terras em Rondônia por integrantes do Movimento dos Sem Terra.
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