Sexta-feira, 18 de janeiro de 2013 - 06h30
Henrique Nery Cipriani*
*Engenheiro Florestal, pesquisador na Embrapa Rondônia
E-mail: henrique.cipriani@embrapa.br
A floresta amazônica deve ser celebrada por sua beleza, biodiversidade, importância para manutenção do clima global entre muitos outros atributos. A área remanescente da floresta amazônica é estimada em 70%, ou 3 milhões de km², sendo a maior floresta tropical do mundo. Mais de 90% da floresta encontra-se distribuída pelos estados da região Norte do Brasil, que fazem parte da Amazônia Legal.
Teoricamente, a floresta amazônica tende a permanecer relativamente bem conservada, visto que 40% da Amazônia Legal são ocupados por unidades de conservação e reservas indígenas, proporção que cresce anualmente. Além disso, segundo o Código Florestal, a área de reserva legal em propriedades rurais da região pode chegar a 80 %, sendo a mais restritiva, se comparada ao restante do país.
Com base nesses valores, é possível inferir como o valor, ecológico e econômico, da floresta amazônica (em pé) é reconhecido. Paradoxalmente, a região Norte é uma das menos desenvolvidas do país. Afinal, os amazônidas não vivem somente dos produtos extraídos da floresta. A maior parte de tudo o que consumimos provém de espécies exóticas (carne, verduras, roupas, etc.). Para suprir a demanda por esses produtos, os estados amazônicos têm duas opções: produzir em seus territórios, ou importar de outros estados e países, que já derrubaram maiores extensões de floresta.
O nível de desmatamento na Amazônia está acima do tolerável, provavelmente porque os responsáveis acreditam que derrubar a floresta para cultivar produtos de origem exótica é a melhor maneira de crescer economicamente, imitando os estados mais desenvolvidos. Porém, muitas áreas desmatadas são subutilizadas, o que não diminui a pobreza e promove a degradação ambiental. Percebe-se que há muito desconhecimento, por parte desses atores, em relação aos usos que se podem dar à floresta e à própria área recém-aberta.
O que parece ser um problema é, na verdade, uma grande oportunidade para os estados da região amazônica, que têm a possibilidade de mostrar que é possível conciliar o desenvolvimento com a conservação ambiental. Para isso são necessários empreendimentos rurais produtivos e rentáveis, que reduzem a pressão para abertura de novas áreas. Nesse quesito, a Embrapa possui papel fundamental, especialmente as unidades da região amazônica.
Nessas unidades são desenvolvidas tecnologias que, não só permitem aumentar a produtividade de pastagens, culturas agrícolas e florestais, com maior conservação do solo e da água, como tecnologias que permitem o uso sustentado da floresta, através do manejo florestal de produtos madeireiros e não madeireiros. As pesquisas com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) têm se intensificado, e poderão resultar em modelos alternativos de aproveitamento da propriedade.
Muitas tecnologias já estão disponíveis. O desafio é torná-las conhecidas e aplicá-las. Para isso, é necessária maior integração da Embrapa com agentes governamentais e a sociedade civil, visando à formalização de parcerias e a difusão do conhecimento. Somente assim serão desenvolvidos empreendimentos rurais que contemplem as peculiaridades regionais e contribuam para a inclusão social, o crescimento econômico e a conservação do meio ambiente.
Fonte: Embrapa / Renata Kelly da Silva
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