Segunda-feira, 9 de junho de 2008 - 11h40
Das 280 pessoas presas pela PF por crimes ambientais, no último ano, 80 são servidores públicos que deviam preservar as florestas. Mato Grosso e Rondônia concentram maior parte das detenções
Na luta pela preservação do meio ambiente, a Polícia Federal prendeu, no último ano, 280 pessoas por fraudes e devastação do meio ambiente. As estatísticas seriam motivo de comemoração se entre os detidos não houvesse 80 servidores públicos, cujo dever era justamente proteger as florestas brasileiras.
A conivência de funcionários da União com os desmatadores permitiu, por exemplo, a derrubada ilegal de pouco menos de 6 mil hectares de madeira, o equivalente a 71 mil campos de futebol, em uma terra indígena, em Mato Grosso. O estado concentra, ao lado de Rondônia, o maior número de prisões feitas pela PF. As duas unidades da federação são as que mais contestam a política ambiental do governo federal.
Segundo a Polícia Federal, as três últimas grandes ações Savana, em Rondônia; Termes e Caipora, em Mato Grosso foram resultado da Operação Arco do Fogo, realizada em 11 áreas da Amazônia para evitar o aumento do desmatamento e coibir a prática de fraudes. Nos dois estados, 112 pessoas foram para a cadeia entre 28 de abril e o início desta semana. Hoje nós temos cerca de 300 homens envolvidos nesta ação. Mas, como nosso trabalho será permanente, até o final do ano podemos ter em torno de mil policiais, informa o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.
A última operação da PF ocorreu em Rondônia, onde o governador Ivo Cassol (sem partido) chegou a receber parlamentares federais como uma estratégia de forçar o governo a acabar com a repressão aos crimes ambientais. Na Operação Savana, desencadeada na quinta-feira passada, dez pessoas foram presas, sendo quatro ligadas à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Seam), que passou a fazer a fiscalização do setor no lugar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com isso, a atuação de funcionários passou a ser mais efetiva em serrarias e nas estradas. De acordo com a PF, o grupo facilitava o transporte ilegal de toras, diminuía os valores das multas e alterava os estoques das madeireiras nos sistemas de controle da Seam. Com isso, as empresas pareciam ter produtos suficientes para exportar para outros estados, o que na realidade não acontecia.
Reincidência
Em Mato Grosso, a maior operação foi a Termes, que prendeu 59 pessoas, sendo 29 servidores públicos da secretaria do Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), além de dez policiais rodoviários federais. A ação mostrou uma grande reincidência na prática de devastação, uma vez que 12 madeireiros detidos já haviam sido presos em uma operação anterior, pelo mesmo tipo de crime.
Também no estado, a PF realizou, no final de maio, uma varredura na área indígena Vale do Guaporé, onde prendeu 40 pessoas, sendo dois patrulheiros, três servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), um policial militar e uma funcionária do governo local. Na região, foram devastados 5,8 mil hectares. No saque à natureza, os madeireiros tiveram a conivência dos índios, que recebiam carros, motos e alimentos em troca da madeira.
O diretor-geral da PF se reuniu ontem com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para definir a segunda fase da Operação Arco de Fogo, que será desencadeada nas estradas da Região Norte. Com o fim do período chuvoso na Amazônia, o transporte de madeira se intensifica, muitas vezes de forma ilegal. Por isso, a próxima etapa, que começa nos próximos dias, terá a presença da Polícia Rodoviária Federal, que formará barreiras nas rodovias. Corrêa recebeu de Minc a garantia de que haverá recursos. Na segunda-feira, o ministro vai falar sobre o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também ontem, foi iniciada a Operação Esperança, cujo objetivo é a desocupação da área de preservação ambiental no Pará conhecida como Terra do Meio. Segundo a PF, durante toda a ação, que deve durar sete dias, serão notificados os ocupantes de 16 fazendas em que existem áreas de proteção ambiental e reservas indígenas.
Fonte: Correio Braziliense
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