Domingo, 22 de fevereiro de 2009 - 08h08
A Embrapa Acre (Rio Branco), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza, há vários anos, pesquisas voltadas para o desenvolvimento da cultura da seringueira. A partir da década de 70, os trabalhos com esta espécie evoluíram com a implementação do programa de melhoramento genético da seringueira, coordenado pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM), permitindo a substituição da tecnologia da seringueira bicomposta pela abordagem tricomposta.
Em 2006 a Embrapa Acre aprovou junto ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) o projeto Clones de Hevea brasiliensis e híbridos de H. brasiliensis x H. benthamiana resistentes à Microcyclus ulei para composição de SAF´s no Estado do Acre, dando início a uma nova fase para a heveicultura no Acre. Desenvolvido em rede e liderado pelo pesquisador Rivadalve Coelho Gonçalves, o objetivo é propiciar novas tecnologias que favoreçam o fomento ao plantio de seringueiras no Acre que possibilitem aumento de renda para os agricultores e reduza a pressão ambiental sobre a floresta nativa primária, utilizando clones resistentes às doenças e pragas sem enxertia de copa.
A exemplo de outras culturas perenes ou anuais, a seringueira é atacada por pragas e doenças. Em seu habitat natural a importância econômica da incidência de pragas e doenças na seringueira não tem sido estudada e, acredita-se que haja um equilíbrio entre as populações de pragas e patógenos que atacam esta planta. Considerado a principal doença de florestas de seringueira na Amazônia, o mal-das-folhas é causado pelo fungo Microcyclus ulei e ataca principalmente plantas com folhas novas de até 12 dias de idade. Sua presença é favorecida pelas altas temperaturas e elevada umidade. Um estudo realizado pela Embrapa em 2007, visando orientar estratégias de controle do mal-das-folhas da seringueira, considerou o Acre como região de clima favorável à ocorrência desta doença.
Somadas às observações sobre as florestas de seringueira implantadas durante o projeto PROBOR, na década de 80, estes resultados indicam que no Acre, clones de seringueira que apresentem caducifolismo e reenfolhamento no período seco escapam à fase crítica da doença. Além disso, o uso de clones com resistência genética, somado à abordagem multiclonal com alta diversidade e heterogeneidade genética constitui melhor estratégia para o cultivo de florestas de seringueira no Estado do Acre.
Os clones utilizados nesta nova pesquisa foram desenvolvidos pela empresa Michelin (Plantações Michelin da Bahia Ltda e Plantações Edouard Michelin Ltda) em parceria com o CIRAD (Centro de Cooperação Internacional de Investigação Agronômica para o Desenvolvimento). O experimento foi implantado na propriedade do produtor Paulo Sergio Peres, no município de Bujari. Nesta propriedade, há uma floresta de seringueira plantada na década de 80, e que produz 15.000 quilos de borracha úmida/ano. A área experimental comporta mais de 20 hectares, sendo que, a área implantada em 2009 é de seringueira consorciada com milho.
Segundo Peres, esta nova floresta de seringueira trará novas oportunidades de renda para a família. "Estamos nessa parceria há mais de dois anos com a Embrapa, e nosso objetivo é complementar a renda da propriedade, que também possui criação de gado", afirma.
Diante da necessidade de alternativas de sistemas de produção adequados à realidade dos produtores acrianos e que também atendam à legislação ambiental, o Governo do Acre iniciou um programa de fomento à atividade de reflorestamento com seringueira, o qual utilizará os clones sugeridos pela Embrapa, disponibilizados pela Empresa Michelin. As mudas produzidas pela Secretaria Estadual de Florestas do Acre, em parceria com a Embrapa, serão repassadas aos produtores. Os projetos de reflorestamento, elaborados pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, serão financiados pelo Banco da Amazônia. Os produtores poderão contar com assistência técnica da Seaprof e prefeituras, parceiras também na produção de mudas e no fornecimento de assistência técnica.
No sistema de produção que prioriza a seringueira, são implantadas 512 árvores/ha e a produção esperada com estes novos clones é de no mínimo 1.000Kg de borracha fresca por hectare ao ano. Esta produção, se adquirida a R$1,30/kg renderá ao produtor R$ 2.000,00/ha/ano, pois soma-se ao valor obtido na indústria, R$ 0,70 de subsídio/Kg. Esta renda possibilita uma remuneração bruta média de R$ 55,55/dia, ou R$ 1.333,33 ao mês durante nove meses de exploração.
Os esforços empregados para a produção de látex também geram vantagens para o meio ambiente. "A seringueira possui grande fixação de carbono para a produção da borracha, e desta forma ajuda a diminuir a quantidade de gás CO2 na atmosfera, responsável pelo efeito estufa. Além disso, podem ser incluídas nos resultados questões sociais, como a maior procura por mão-de-obra no campo e geração de renda complementar para as propriedades rurais", afirma Rivadalve Coelho.
Fonte: Embrapa/ACRE
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