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Enchente deve atingir o centro de Manaus (AM)



Os níveis das águas dos rios Negro e Solimões continuam subindo vertiginosamente e, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), vão chegar ao mês de junho com a segunda maior marca já registrada na história do Amazonas, ficando apenas um centímetro abaixo da cheia de 1953.

Foi divulgada, ontem, a previsão de que o Amazonas vai ter a maior cheia dos últimos 50 anos. O órgão responsável por esse alerta é o Serviço Geogólogico do Brasil (CPRM). A marca histórica da maior cheia até hoje é de 29,69m, que ocorreu em 1953. A previsão é que a cheia deste ano seja de 29,68m e que o ápice dela será no mês de junho.

A notícia, segundo o superintendente do Serviço Geológico (CPRM), Marco Antônio de Oliveira, é muito preocupante por causa das alagações e dos desastres que vão ocorrer em virtude disso. "É uma cheia que ocorre a cada 50 anos. A previsão é que este ano a cheia fique apenas um centímetro abaixo da marca histórica. Apesar disso existe uma margem de segurança para mais e para menos. É importante que a população entenda que isso é um fenômeno natural e que ela deve conviver e se adaptar às águas altas nos próximos dois meses aqui na região", afirmou.

A cheia já causou estragos, principalmente, no interior do Amazonas. "Apesar de tudo, os nossos estudos mostram que ela não vai afetar o rio Madeira, por exemplo. Nesse local, está bem abaixo do normal, pois está chovendo pouco em Humaitá (950 km de distância de Manaus). Na Bolívia, que fica na fronteira com essa região, também está ocorrendo o mesmo fenômeno", ressaltou Marco Oliveira.

Segundo a Defesa Civil Estadual, os municípios que estão em situação de emergência são Presidente Figueiredo (ramal da Morena); Ipixuna, Guajará, Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte e Barreirinha. São quase seis mil famílias que estão sendo atingidas pela cheia do rio.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, Hermógenes Rabelo, explicou como vai ser realizado o plano emergência no interior em parceria com as prefeituras municipais. "Nós já organizamos 22 mil itens de ajuda humanitária para atender as famílias. Isso vai valer, principalmente, para aqueles em que foi decretado o estado de emergência", afirmou.
Os mantimentos serão levados em transportes distintos. "Estamos mobilizando a logística e o deslocamento tanto por embarcação como por avião. O nosso objetivo é atender as famílias que estão sofrendo com a cheia, que é um desastre natural", ressaltou.

O EM TEMPO entrou em contato com todas as prefeituras dos municípios que estão em situação de emergência, que informaram os prejuízos da cheia. Em alguns já há famílias que estão desabrigadas e em outros ainda não há esse problema. A unanimidade foram as perdas de plantações. O prejuízo total ainda não foi calculado, já que elas eram de subsistência.

Marco Oliveira informou também que a proporção da cheia é tão preocupante que em Manaus ela poderá atingir muitas áreas comerciais. "O igarapé do Educandos poderá transbordar e alagar o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, no Centro. O igarapé do Mindu poderá transbordar e atingir o Milenium Center, na Zona Centro-Sul", explicou.

O representante da Secretaria Municipal da Defesa Civil (Semdec), coronel Ari Renato, disse que haverá parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc) para ajudar as famílias que serão atingidas pela cheia em Manaus. Até o momento a previsão é que 2.500 famílias sofrerão com o aumento do nível do rio.

Ari Renato informou quais serão as áreas em Manaus que poderão ser atingidas com essa maior cheia dos últimos cinquenta anos. "Nós temos um plano sobre a enchente, mas estavámos aguardando as informações do CPRM para poder concluí-lo. A partir de 28,60 nós já começamos a nos preocupar com áreas de Manaus como por exemplo: São Raimundo, Glória e Bariri. Se essa cheia chegar a 28,80, pode atingir também a área do São Jorge. Se aumentar aumentar mais, vai alcançar a Raiz, Morro da Liberdade e outras", alertou.

A coordenação da Semdec informou que também fez um levantamento das áreas que serão atingidas na Zona Rural. "No Paraná da Eva, poderão ser atingidas 110 casas. Vamos oferecer todo tipo de ajuda", afirmou Ari Renato.

Os próximos alertas do CPRM serão divulgados nos dias 30 de abril e 31 de maio. "Nós fazemos o alerta no dia 31 de março por que, nesse caso, se for uma cheia grande, logo no mês de abril a população já estará sofrendo as consequências dela. Nessa época, é tempo suficiente para a população, a Defesa Civil do Estado e do município se preparar para esse evento", enfatizou.

O atendimento aos cinco municípios do interior do Amazonas atingidos pela cheia deste ano deve começar a ser realizado na semana que vem. A Defesa Civil do Amazonas vai encaminhar a Atalaia do Norte, Barreirinha, Benjamin Constant, Guajará e Tabatinga cestas básicas e objetos de primeira necessidade, tais como colchões, toalhas, cobertores, mosqueteiros e kits de limpeza. Além da Defesa Civil, as ações de auxílio serão coordenadas pela Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas) e Secretaria de Governo.

A Defesa Civil Estadual contabilizou, até o momento e contando com as pessoas atingidas em Manaus, 9.305 famílias atingidas pela cheia, totalizando 46.525 pessoas. Na primeira remessa enviada às cidades do interior serão distribuídas 5.289 cestas básicas e mais 4.850 itens de primeira necessidade. Há programação para que todas as cidades que já decretaram estado de alerta recebam o auxílio nessa primeira remessa. Conforme a assessoria de comunicação do órgão, 40 municípios estão mais vulneráveis aos efeitos da cheia dos rios e alguns já estão entrando em processo de alerta.

Já na capital, a Secretaria Municipal de Defesa Civil (Semdec) deu início à construção de pontes e marombas, que é a elevação do assoalho de casas para evitar a inundação. Segundo o coordenador de resposta da Semdec, Ariosto do Rosário, a Semdec está mapeando o número de famílias que podem ser atingidas pela cheia para que seja feito o planejamento de resposta. "Estamos orientando as pessoas para que procurem abrigo na casa de parentes pelos próximos dois meses. Nesse período, construiremos pontes, marombas e reconstruiremos o que for preciso", disse.

Outra medida já adotada pela secretaria é deixar de sobreaviso secretarias parceiras, tal como a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) e ainda firmar parceria com igrejas e centros sociais para que abriguem famílias em caso de necessidade. De acordo com a titular da Semasc, Lenize Tapajós, havendo necessidade a secretaria disponibiliza de sua equipe técnica, formada por assistentes sociais e psicólogos, para que identifiquem a situação, façam o diagnóstico social das pessoas atingidas e as encaminhe para atendimento.

"Identificadas as demandas, que podem ser o remanejamento de pessoas atingidas para casa de parentes ou a concessão de auxílios. A Semasc presta auxílio a Semdec, que é a secretaria responsável por solicitar ajuda às demais secretarias do organismo municipal. Nesse sentido e contando que poderemos vir a ser acionados, estamos nos preparando para distribuir colchões, cobertores, redes e outros", informou.

Fonte: De Olho no Tempo com informações de "Em Tempo"

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