Quinta-feira, 22 de agosto de 2019 - 11h16
A transformação de áreas
verdes em pontos amarronzados em imagens de satélites produzidas por órgãos de
monitoramento demonstra o crescimento do desmatamento no Brasil, um grave problema
causado pela indústria ilegal de grãos, madeira e gado na Amazônia, bioma que além
de ser um dos mais ricos do mundo em biodiversidade, abriga milhares de comunidades
ribeirinhas e indígenas.
Existe, entretanto, um modo
sustentável de extrair madeira da floresta amazônica e que também serve como
importante fonte de renda a essas populações, que são historicamente
desassistidas pelo poder público.
Conheça
as principais diferenças entre o desmatamento e o manejo florestal:
O desmatamento é a devastação
da floresta para indústria madeireira ilegal, abertura de pastagens para
criação de gado ou cultivos agrícolas de monocultura. Tecnicamente, é
denominado de ‘corte raso’.
Os efeitos do corte raso são
muitos e atuam como efeito cascata: põe sob risco a qualidade do solo e da
água, além da fauna e flora. Os desequilíbrios causados nos ecossistemas
implicam em intensificação do aquecimento global e, por consequência, seus
efeitos.
“O desmatamento é a subtração
total da floresta e quando isso acontece toda a diversidade biológica daquela
área é extinta”, explica a engenheira florestal do Programa de Manejo Florestal
Comunitário do Instituto Mamirauá, Emanuelle Pinto.
Por outro lado, o manejo
florestal é, como explica a técnica, uma forma ordenada de utilizar a floresta.
É regulamentado por legislações federal, estaduais e, em alguns casos,
municipais.
“Tudo é feito por etapa”, diz.
A primeira é o inventário florestal, que determina as espécies, as quantidades
e a produtividade da floresta. Após esse
levantamento, estipula-se outros critérios para a seleção de corte das árvores.
Um deles, por exemplo, é a
manutenção de 10% do número de árvores por espécie com diâmetro mínimo de corte,
sendo respeitado o limite mínimo de 3 árvores por espécie por 100 hectares. O
diâmetro de corte do assacu (Hura
crepitans), por exemplo, é de 100 cm. Menor que isso não é permitido o corte.
Se são encontradas 30 árvores da espécie com a especificação, três devem ser
mantidas.
Outro parâmetro seguido é a
diversidade de espécies na extração de madeira. “Fazer o manejo de uma única
espécie exerce muita pressão sobre aquela população, então quanto mais diverso
for o manejo, melhor a capacidade de recuperação da floresta após um distúrbio.”
Para o manejo acontecer, um plano de manejo florestal é
elaborado com base em pesquisas realizadas com o objetivo entender as
características biológicas e socioeconômicas da região onde deverá ser
implementado.
O plano também prevê técnicas
adequadas de corte, o que previne o excesso de danos à floresta, o desperdício
de madeira. Também inclui a utilização de equipamentos de proteção individual,
os chamados EPIs.
Fonte
de renda e manutenção da biodiversidade
“O manejo florestal é uma fonte
importante de renda e uma forma legalizada de utilizar o recurso da
floresta. Sem fazer esse plano, será que
eles vão deixar de fazer essa extração? ”, questiona Emanuelle, que complementa
e ressalta: “é importante que eles usem o recurso de forma legal. ”
Por ser uma prática de
extração alternativa e também por envolver as populações tradicionais,
principais zeladoras da Amazônia, o manejo também serve como ferramenta de
combate ao desmatamento e assim colabora para a manutenção da biodiversidade de
uma das principais florestas do mundo.
Programa
de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá
O Programa de Manejo Florestal
Comunitário do Instituto Mamirauá, organização social do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), realiza capacitação, assessoria,
monitoramento e pesquisas em manejo florestal na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá, localizada na região do Médio Solimões, no estado do
Amazonas.
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