Os valores de umidade relativa do ar registrados em Rondônia são os mais baixos de todo o Brasil. Nos últimos quatro dias, várias cidades sentiram a secura com umidade abaixo de 12%, valor considerado como Estado de Emergência pela OMS.
Daniel Panobianco – Nos últimos quatro dias, Rondônia é destaque dentro dos centros de pesquisas como o Estado mais seco do Brasil na atualidade. Os valores, dignos de deserto, assustam, preocupam e causam muito desconforto em grande parte da população local.
Segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) de Brasília, os valores de umidade na atmosfera registrados entre os dias 15 e 18 em Rondônia, já são considerados como Estado de Emergência. As normas da OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelecem que valores de umidade entre 20% e 30% são considerados como Estado de Atenção. Entre 12% e 20% como Estado de Alerta e abaixo de 12% como Estado de Emergência. Diversos municípios rondonienses têm registrado índices alarmantes de apenas 11% de umidade. Em várias situações, a conjugação de umidade baixa, calor acima de 35°C e a densa fumaça das queimadas, com grande concentração de CO (Monóxido de Carbono) na atmosfera, é muito pior e traz riscos ao ser humano, mais insuportável ainda do que o clima do Deserto do Saara, por exemplo. Não só crianças e idosos sofrem com o tempo seco. A população em geral sente direta ou indiretamente os efeitos de uma atmosfera insuportável de se agüentar por dias seguidos.
Os valores de umidade relativa do ar observados pelo INMET na quarta-feira, 15, mostram que quase todo o Estado de Rondônia registrou URA abaixo de 20%. Na região de Guajará-Mirim, a umidade ficou em torno de 12%, o que é considerado como Estado de Emergência, por ser altamente nocivo a saúde humana.
Na quinta-feira, 16, mais uma vez Rondônia foi destaque por registrar uma vasta área com umidade abaixo de 20%. Grande parte do Estado, principalmente a região central sentiu a secura do ar idêntica a de um grande deserto. O menor valor foi observado na cidade de Campo Novo de Rondônia, com apenas 11% de URA, valor considerado como Estado de Emergência.
O mapa de sexta-feira, 17, mostra que a secura avançou largamente para o sul do Amazonas, com seca total na atmosfera em Rondônia. Os valores mínimos observados na região de Ji-Paraná chegaram a 13% com agravante total a poluição das queimadas.
No sábado, 18, Rondônia ainda foi destaque sendo pelo quarto dia consecutivo, o Estado que registrou os menores índices de umidade relativa do ar no Brasil. A umidade aumentou no Cone Sul, por conta da aproximação de uma nova frente-fria. Na região de Ji-Paraná, mais uma vez, os valores ficaram próximos do Estado de Emergência, com apenas 13%.
Os casos mais comuns são de pessoas com problemas respiratórios, agravamento de rinites, micoses, viroses e doenças de pele e nos olhos em geral. Há também casos mais graves de gente que teve parada cardio-respitatória, por conta da dificuldade de respiração e inchaço no pulmão, reflexo de baixa umidade no ar. Não é pra menos que as orientações da OMS são claras e objetivas no quesito secura do ar no mundo todo. O ponto cume também está ligado no cansaço de um cidadão depois de um dia de trabalho, na falta de disposição em si e acredite, até no aumento da criminalidade.
Um estudo realizado pela universidade de Ciências Atmosféricas de Wyoming nos Estados Unidos, comprova que em regiões com clima mais quente e com extremos intensos durante o ano, a taxa de criminalidade aumenta consideravelmente. No Brasil, os casos mais absurdos de homicídios e assassinatos estão nas Regiões Norte e Nordeste. A Secretaria Nacional de Segurança Pública não vê ligação direta e de imediato com as questões climáticas, mas no gráfico de registros de homicídios e outros crimes bárbaros registrados no País, a maioria aconteceu no período de seca e tempo muito quente ganhando até mesmo de datas mais propicias como o carnaval, por exemplo. Se o fator clima interfere ou não até no comportamento das pessoas, isso aqui no Brasil nós não podemos afirmar. Agora, que o tempo seco e quente ajuda no “momento raiva” de qualquer pessoa em uma discussão, isso sim tem lá a sua fonte plausível. Outro exemplo está nos dias de chuva. Os números deixam claro que furtos diminuem consideravelmente. Um outro estudo feito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) mostra que não somente a economia de energia elétrica foi notória na onda de frio que atingiu o Sudeste mês passado. Na semana em que o frio atingiu a Região, as taxas de roubos, assassinatos e homicídios diminuíram drasticamente. Coincidência ou não, vale a pena parar para refletir se o que os pesquisadores dizem é realmente verídico. Essa vem da Região Sul, por ser a parte do Brasil com menos registros de crimes bárbaros. Quando faz frio o número de crimes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná invejam qualquer outro Estado brasileiro mais acima dos trópicos.
Vai entender como tempo e clima varia no psicológico de cada um, o fato é que umidade relativa do ar em padrões de deserto extrapola a vida agradável de qualquer pessoa, ainda mais quando respiramos puro monóxido de carbono das queimadas por semanas seguidas.
Dados: INMET – OMS – Universidade de Wyoming – UFRJ – Secretaria Nacional de Segurança Pública - Fonte: De olho no tempo – Rondônia –
wwwdeolhonotempo.blogspot.com
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