Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008 - 14h01
Preocupação é com atuação das empresas madeireiras que trabalham na legalidade
O anúncio da operação de fiscalização que o Ibama está planejando para Rondônia prometendo o emprego da força policial de 800 homens da Polícia Federal, além da possibilidade de participação do Exército e de outras forças de repressão, provocou na indústria madeireira um forte clima de apreensão.
Setor que representa a quinta maior arrecadação do Estado, atrás apenas da receita gerada pela energia elétrica, combustível, serviços de telefonia, e praticamente empatado com a soja, a indústria madeireira se mantém temerária em função das incertezas sobre o que vem pela frente, embora, no geral, a atividade madeireira responda por 4% do PIB nacional.
Inicialmente voltado para o agronegócio como o vilão das derrubadas, o Ibama desviou o foco da operação para o setor madeireiro, depois do incidente em Tailândia, no Pará, onde, na terça-feira, cerca de dez mil pessoas evitaram que fiscais do Ibama apreendessem quinze caminhões de madeiras de pátios de empresas multadas por derrubada ilegal.
De acordo com o presidente do Sistema Indústria (FIERO, SESI, SENAI e IEL), Euzébio Guareschi, a instituição apóia a operação que visa combater derrubadas ilegais, roubo de madeira, atuação de empresas clandestinas, enfim, fiscalizar as irregularidades, mas manifestou sua preocupação com a garantia da livre atuação das empresas legalizadas.
“Rondônia já teve um grave histórico de danos ambientais provocados por madeireiras clandestinas, iniciativas que nem poderiam ser chamadas de empresas. Mas com o afunilamento da legislação ambiental, cada vez mais restritiva, com as operações do Ibama, e com a própria seleção natural feita pelo mercado, essas ilegais foram extirpadas praticamente todas. Muitas foram fechadas. As que resistiram tiveram de se adequar e hoje atuam dentro da legalidade. Daí, nossa preocupação com o que pode advir dessa operação”, observa Guareschi.
“Defendemos o setor produtivo, as empresas responsáveis com o desenvolvimento industrial e as iniciativas de quem quer realmente trabalhar. O Sistema Indústria está ao lado da lei. Se considerarmos que algo é injusto, é na lei que buscamos a reparação, não na clandestinidade. Devemos ser vistos, portanto, como aliados nessa operação”, acrescenta o presidente do Sistema Indústria.
Números
Uma amostra da vitalidade do negócio pode ser conferida pelos números apresentados pela Secretaria do Desenvolvimento Ambiental (Sedam). No período de novembro de 2006 à janeiro último, o setor movimentou quase 1 bilhão de reais. Foram 256,38 milhões de reais destinados à exportação e 534,64 milhões comercializados com outros estados. 927,67 milhões de reais no total. O momento é oportuno para que se pense na necessária união de forças entre entidades governamentais e empresariais para a definitiva regularização fundiária do estado.
São cerca de 650 empresas atuando hoje no estado. No início de dezembro a FIERO participou de um Dia de Campo realizado pela Sedam, em Vilhena, no qual produtores rurais conheceram a iniciativa de reflorestar mais de 8 milhões de mudas de eucaliptos e pinus, essências bem aceitas no mercado.
Ponderação
Para o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIERO e presidente do Sindicato Madeireiro de Ariquemes, Avalone Sossai de Farias, é preciso muita ponderação das autoridades, “para não partir para o espetáculo”. Segundo ele, problemas ainda existem, mas o setor caminha no sentido de corrigi-los. “Espero que não haja pirotecnia e que o esforço da Força Tarefa seja para o bem, voltado para a educação. A repressão fica para os ilegais”, opina Sossai, acrescentando que “o problema é quando se nivela todos por baixo”.
O presidente do Conselho Temático antevê, entretanto, como ‘pontos positivos’, o combate ao roubo de madeiras em áreas de reservas, e o aperto da fiscalização em cima do transporte de madeira ilegal.
Planos de manejo
Avalone Sossai espera, também, que o Ibama respeite os planos e manejo aprovados pela Sedam. Há pouco mais de um ano, quando os planos de manejo eram aprovados pelo Ibama, o órgão cancelou dezenas deles que já estavam aprovados. “Isso não quer dizer que não deva fiscalizar os planos, mas cancelar seria uma ingerência na atuação da Sedam que ganhou autonomia para aprová-los”, observa.
Fonte: FIERO
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