Sexta-feira, 14 de março de 2025 - 18h43
Nesta
sexta-feira 14, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia,
Marcelo Thomé, recebeu o diretor de sustentabilidade organizacional do Centro
de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), Gualter Crisostomo, para um diálogo
sobre oportunidades para as indústrias rondonienses no mercado de carbono, com
ênfase na criação de uma metodologia inovadora para a rastreabilidade de CO2.
O estado
de Rondônia e a região Norte de Portugal estão unidas na promoção da
sustentabilidade, com o objetivo de desenvolver, nos próximos 36 meses, uma
metodologia certificada que possibilite a quantificação em tempo real do
crédito de carbono, utilizando tecnologias como satélites, drones e
monitoramento local.
A
metodologia proposta pelo projeto visa integrar tecnologias de monitoramento
remoto e análise de dados para validar e quantificar o sequestro de carbono em
tempo real. “É uma metodologia que vai permitir, com o uso de satélites, drones
e outros sistemas, rastrear o carbono sequestrado em áreas específicas, gerando
créditos que podem ser comercializados no mercado internacional. O grande
desafio, especialmente na Amazônia, é garantir a credibilidade desse processo,
o que só é possível com o uso de tecnologia”, explicou Gualter.
A
iniciativa também prevê a transferência de conhecimento e a implementação de
tecnologias que beneficiarão as comunidades locais. Segundo o diretor do CEiiA,
o projeto será uma oportunidade não apenas para desenvolver soluções
ambientais, mas também para gerar valor econômico. “A parte mais enriquecedora
deste projeto é justamente a transferência tecnológica e a criação de valor.
Queremos ter um produto que possa ser apresentado na COP 30 e que mostre ao
mundo que a Amazônia, e o Brasil como um todo, estão pensando de forma
inovadora e sustentável”, destacou.
Além
disso, o uso de tecnologias avançadas, como satélites e drones, será
fundamental para garantir o monitoramento constante das áreas de sequestro de
carbono. “O uso da tecnologia será essencial para monitorar e validar os
projetos, garantindo a credibilidade e a valoração desses créditos. No Brasil,
uma das razões para a subprecificação dos créditos de carbono é justamente a
falta de confiança na sua veracidade, e estamos trabalhando para mudar isso”,
completou o diretor do CEiiA.
Durante a
reunião, o presidente da FIERO, Marcelo Thomé, destacou o papel fundamental que
a Amazônia Legal pode desempenhar na criação de soluções sustentáveis para o
mercado global de carbono. “Hoje, talvez 70% do meu tempo eu estou dedicando,
não à COP 30, mas a uma estratégia de longo prazo para a região amazônica. A
COP 30 é um checkpoint nesta história. Não é um fim em si mesmo, mas sim um
kick-off, uma etapa de um processo contínuo. Temos a oportunidade de deixar de
ser apenas observadores para passar a ser protagonistas dessa agenda”, afirmou
Thomé.
O
Instituto Amazônia+21, é um dos principais catalisadores dessa integração,
trazendo à mesa as oportunidades de negócios sustentáveis para a região. “Este
é um momento único para estreitar o relacionamento entre as diversas entidades
da Amazônia Legal, promovendo o desenvolvimento sustentável e a criação de um
mercado de carbono robusto e confiável”, ressaltou Thomé.
Este projeto inovador promete se tornar uma referência no desenvolvimento de metodologias para o mercado de carbono, com um impacto positivo para as indústrias de Rondônia, para a conservação da Amazônia e para as comunidades locais que se beneficiarão diretamente dos investimentos e da geração de novos negócios sustentáveis
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